Donald Trump venceu o Estado da Florida com 51,2% dos votos, por oposição a 47,8% de votos para Biden. Até ao momento, já foram contabilizados 98% de todos os votos.
A Florida é, desde há muito, considerado um dos principais, senão o decisivo “battleground state” americano. É um campo de batalha eleitoral importante desde logo porque o Estado representa 29 votos no Colégio Eleitoral. Mas em 2020, de acordo com todas as contas das previsões eleitorais, Donald Trump estava “obrigado” a ganhar o Estado para ter hipóteses de ser reeleito. Em 2016, Trump venceu o Estado da Florida por apenas 1.3%, quando enfrentou Hillary Clinton.
Segundo as projeções do New York Times nesta noite eleitoral, se Biden ganhasse um destes estados – Florida, Carolina do Norte ou Geórgia – seria com altíssima probabilidade, eleito Presidente dos Estados Unidos. Já se Trump ganhasse todos os três, seria de antecipar que os resultados definitivos só se viessem a saber ao fim de alguns dias. Mas mesmo sem a Florida, e até deixando a Pensilvânia de fora, Biden continuaria com hipóteses de ganhar: bastaria ganhar os mesmos estados que Hillary em 2016, e ainda o Wisconsin e o Michigan (que pendem claramente para ele), e a Geórgia ou a Carolina do Norte.
Um dos fatores que faz a Florida decisiva é o facto de tender a “adivinhar” os resultados nacionais. Só uma vez desde 1964 é que a Florida não acertou no candidato que ganhou as eleições. E, em 100 anos, nenhum Republicano ganhou as eleições sem ter conquistado a Florida.
O Estado divide-se em 67 Condados. Apesar de Biden ter vencido o Condado de Miami-Dade, o seu resultado ficou muito aquém do esperado. Enquanto Hillary tinha ganho este Condado por 20%, Biden ficou à frente por apenas 8%. Miami-Dade foi determinante para o mau resultado na Florida, e pode ser um indicador negativo para o candidato democrata.
Por outro lado, no mês passado, Dave Wasserman, da NBC, realçou o Condado de Pinellas como um dos mais decisivos dos EUA. De acordo com o repórter, “o Condado tem uma média de idades de 48 anos e conta com vários reformados do Midwest. Trata-se de uma das médias de idades mais velhas do país.” Em 2012, Obama venceu Pinellas por 6% e em 2016 Trump venceu por apenas 1%.” Neste momento, Biden conta com uma vantagem de 0.7% neste Condado, com 90% dos votos contados – o que pode ser um indicar de que os reformados dos EUA estão mais inclinados para votar nele do que em Hillary Clinton, nas eleições passadas.