Kamala Harris evocou o seu passado enquanto procuradora-geral da Califórnia – cargo que exerceu entre 2011 e 2017 – para atacar o adversário republicano, Donald Trump. “Como procuradora, enfrentei criminosos de todos os tipos: aqueles que abusaram de mulheres, golpistas que enganaram os consumidores, trapaceiros que violaram regras para ganho pessoal. Então ouçam-me com atenção: eu conheço o tipo de Trump”, referiu, no seu discurso. A ação de campanha, que contou com cerca de três mil pessoas, foi a segunda desde que garantiu a indicação democrata, após o anúncio da retirada de Joe Biden da corrida eleitoral.
No decorrer do seu discurso, a democrata distanciou-se do adversário às eleições de 5 de novembro, distinguindo o seu percurso profissional, dedicada a condenar criminosos, com o do antigo Presidente, condenado em maio deste ano. Trump estava acusado de ter falsificar documentação para encobrir um escândalo sexual com atriz pornográfica Stormy Daniels.
Harris descreveu ainda a sua campanha como um movimento “impulsionado pelo povo” e comprometido com “a classe média americana”. “Donald Trump quer fazer retroceder o nosso país a uma época em que muitos dos nossos concidadãos americanos não tinham liberdades e direitos plenos, mas nós acreditamos num futuro mais risonho que abre espaço para todos os americanos”, defendeu.
A ainda vice-presidente criticou também algumas das políticas que Trump já referiu implementar caso chegue à Presidência da Casa Branca. “A América já tentou essas políticas económicas fracassadas antes, mas não vamos voltar atrás. Não vamos voltar atrás. Vou vos dizer por que não vamos voltar atrás, porque a nossa luta é pelo futuro”, referiu.
Através de uma publicação na rede social X, Harris confirmou também que já foram reunidos os apoios necessários para garantir a sua candidatura na Convenção Nacional do Partido Democrata. A sua candidatura à corrida eleitoral pela liderança da Casa Branca contra o republicano Trump só se tornará oficial após a aprovação da Convenção, que acontece entre 19 e 22 de agosto, em Chicago.
Desde que anunciou a intenção de entrar na corrida eleitoral, a vice-presidente já reuniu um elevado número de apoios para a campanha – cerca de 100 milhões de dólares.
Sondagens colocam Kamala à frente de Trump
Ao contrário dos resultados obtidos nas sondagens entre Trump e Biden, os últimos estudos realizados mostraram que Kamala se adianta na corrida à Casa Branca. Uma sondagem realizada pela Reuters, esta terça-feira, deu vantagem a Harris, 44% dos votos, relativamente aos republicanos, com 42%.
O encontro com Netanyahu
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu está, desde segunda-feira, numa visita oficial a Washington, nos Estados Unidos. O líder israelita estreia-se esta quarta-feira no Congresso americano e deverá encontrar-se com Kamala Harris no final desta semana. Está ainda marcado um encontro entre Netanyahu e o ainda Presidente Joe Biden para quinta-feira.
Também o ex-presidente Donald Trump anunciou que pretende receber o líder israelita, na sua residência na Florida, à margem da visita oficial. “Regozijo-me de acolher Bibi Netanyahu em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Florida (…). No meu primeiro mandato, conhecemos a paz e estabilidade na região (…) e vamos conhecê-la de novo”, referiu Trump.
Leia também
+ O futuro volta a chamar-se Kamala
+ Demitiu-se Kimberly Cheatle após críticas à falha de segurança no atentado a Trump
+ Kamala Harris assume candidatura à Casa Branca. “Juntos vamos lutar. Juntos vamos vencer”