As recentes eleições presidenciais na Venezuela desencadearam uma crise diplomática e os Estados Unidos estão a questionar abertamente os resultados anunciados pelo governo de Nicolás Maduro. Antony Blinken, o secretário de Estado norte-americano, afirmou que o país reconhece a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em “provas incontestáveis”.
“Tendo em conta provas incontestáveis, é claro para os Estados Unidos e, sobretudo, para o povo venezuelano, que Edmundo Gonzalez Urrutia obteve mais votos na eleição presidencial de 28 de julho”, disse em comunicado divulgado esta quinta-feira.
Electoral data overwhelmingly demonstrate the will of the Venezuelan people: democratic opposition candidate @EdmundoGU won the most votes in Sunday’s election. Venezuelans have voted, and their votes must count.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) August 2, 2024
Enquanto o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou Nicolás Maduro vencedor com 51,2% dos votos, a oposição, liderada por María Corina Machado, afirma que González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Esta disparidade levantou suspeitas de fraude eleitoral, mas, ainda assim, na segunda-feira, o Conselho proclamou Maduro Presidente eleito do país para o período 2025-2031.
O chefe da diplomacia dos EUA disse considerar válida a contagem de votos apresentada pela oposição, afirmando assim que Urrutia “recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável”.
Venezuela’s 2024 presidential election did not meet international standards of electoral integrity and cannot be considered democratic.
— The Carter Center (@CarterCenter) July 31, 2024
Statement: https://t.co/STzUw7AZGf
Declaración: https://t.co/61O4IlApdW
As afirmações de Blinken não são despropositadas, porque, recorda, as contagens foram “recebidas diretamente das assembleias de voto em toda a Venezuela” e corroboram as sondagens à boca das urnas e as conclusões dos observadores independentes e das contagens rápidas.
“Desde o dia das eleições, temos consultado intensamente parceiros e aliados em todo o mundo e, embora cada país tenha tomado caminhos diferentes para responder, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu a maioria dos votos”, disse.
O Presidente Nicolás Maduro respondeu às declarações dos Estados Unidos, pedindo-lhes que “tirem o nariz da Venezuela”.
A controvérsia gerou uma reação global, com países como o Brasil, o México e a Colômbia a instarem a Venezuela a publicar dados desagregados por mesa de voto