Há quem diga que Joe Biden se aprisionou à ideia de que os dois mandatos como vice-presidente de Barack Obama e um único mandato enquanto principal inquilino da Casa Branca apenas lhe confeririam uma nota de rodapé nos livros de História. Por isso, explicam os defensores de tal tese, Biden voltou atrás com a palavra dada em 2020, quando venceu Donald Trump nas presidenciais (disse então que só cumpriria um mandato, o qual terminaria já com 81 anos), e abalançou-se a uma segunda corrida à Casa Branca, contra o mesmo e perigoso adversário, até à meta de 5 de novembro próximo, data das eleições.
Mas a questão da sua idade avançada, que há quatro anos Biden aceitava ser um entrave para tentar um segundo mandato presidencial, e que agora pôs de lado, já fez das suas – e da pior maneira possível. O incumbente desafiou Trump, 78 anos, para um debate inédito na história das presidenciais dos EUA, porque nunca tinha havido nenhum tão longe da ida às urnas. E Biden chumbou com estrondo no teste a que ele próprio se propôs: no debate, realizado no passado dia 28 e transmitido pela CNN, mostrou-se fragilizado, hesitante, incoerente, com frases inacabadas e incapaz de aproveitar os muitos deslizes do prolixo opositor.
Uma sondagem realizada após o debate pela CBS News-YouGov indicou que 72% dos eleitores inquiridos consideram que Biden não tem saúde mental e cognitiva para ser Presidente