Os líderes do G7 discutiram, esta sexta-feira, as explosões ouvidas durante esta madrugada, no Irão, perto do aeroporto e de uma base militar na cidade de Isfahan, no centro do país. “À luz das notícias de ataques neste dia 19 de abril, pedimos a todas as partes que trabalhem para evitar uma nova escalada”, escreveram os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, que estão reunidos em Capri, Itália, nestes dias.
Hossein Dalirian, porta-voz do Centro Nacional do Ciberespaço do Irão, disse, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), que a “a impresa norte-americana sonhou que Israel atacou o Irão”, acrescentando que Israel “abateu três micropássaros”, ironizando este ataque.
“Disseram que 500 drones e mísseis suicidas foram disparados contra nós e que Israel foi submetido ao maior ataque de drones do mundo. Agora eles querem responder a essa operação com 3 desses quadricópteros, e os três foram”, escreveu.
Entretanto, a imprensa iraniana tem publicado imagens de moradores a caminhar perto de pontos turísticos de Isfahan.
Esta quinta-feira, um alto comandante da Guarda Revolucionária iraniana tinha afirmado que o Irão estava pronto para lançar “mísseis poderosos” contra Israel, incluindo contra instalações nucleares, caso Telavive atacasse as do Irão.
Até ao momento, Israel não reconheceu ou comentou esta investida. O Jerusalem Post diz que Israel não deve reconhecer oficialmente a realização deste ataque; já o jornal israelita The Times of Israel considerou que este ataque foi uma resposta mínima (também porque foram utilizados apenas três drones) aos ataques de sábado do Irão e que não justifica uma reação mais grave do Irão.
As autoridades dos EUA recusaram-se a comentar o sucedido, mas as cadeias de televisão norte-americanas, citando autoridades não identificadas dos Estados Unidos, avançaram que Israel tinha realizado o ataque.
O jornal norte-americano New York Times cita funcionários israelitas, não identificados, que reivindicam o ataque, que ocorre no dia do 85.º aniversário do líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei.
Entretanto, a embaixada norte-americana em Israel ordenou aos seus funcionários e familiares que limitassem as deslocações no país, horas depois das explosões registadas no Irão e atribuídas a Israel.
Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, está a ser criticado por Yair Lapid, líder da oposição, por ter considerado, na sua conta da rede social X, o ataque de Israel ao Irão “fraquinho”, referindo na mesma rede social que “nunca antes um ministro do gabinete de segurança causou danos tão graves à segurança do país, à sua imagem e ao seu prestígio internacional”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, já apelou, numa conferência de imprensa na Finlândia, aos dois países que não provoquem uma escalada no Médio Oriente, referindo ser “absolutamente necessário que a região permaneça estável e que todas as partes se abstenham de novas iniciativas”.
Já um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse, citado por agências de comunicação, que “a China”, o maior parceiro comercial do Irão e um dos mais importantes compradores do petróleo iraniano, se opõe “a quaisquer iniciativas que aumentem ainda mais as tensões” e que “continuará a desempenhar um papel construtivo para acalmar a situação”.
Após o ataque, a Agência Internacional de Energia Atómica recorreu à rede social X para confirmar que “não há danos nas instalações nucleares no Irão” e, até ao momento, não se registam feridos ou vítimas mortais.