“A cimeira, que será presidida pelo Presidente da República da Zâmbia e Presidente do Órgão sobre Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança, Hakainde Hichilema, irá debruçar-se sobre a situação de segurança, com enfoque para o Leste da República Democrática do Congo e toda a região austral do continente”, refere-se na nota da Presidência moçambicana.
Longe da capital do país, Kinshasa, a região leste da República Democrática do Congo (RDCongo) é, há muito, palco de ações armadas de mais de 120 grupos armados que lutam por uma parte do ouro e de outros recursos naturais da região, enquanto efetuam assassínios em massa.
A escalada de violência provocou a deslocação de pelo menos 250 mil pessoas em fevereiro, segundo as Nações Unidas, que descrevem a situação como uma crise humanitária sem precedentes.
O resultado é uma das maiores crises humanitárias do mundo, com cerca de 7 milhões de pessoas deslocadas, muitas delas fora do alcance da ajuda.
Além da situação do RDCongo, na África Austral, a violência armada na província moçambicana de Cabo Delgado é outra preocupação dos Governos regionais, que, desde 2021, têm tropas no terreno para apoiar Moçambique no combate aos grupos rebeldes.
A insurgência armada começou em 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Depois de uma ligeira acalmia em 2023, estes ataques multiplicaram-se nas últimas semanas, criando cerca de 100 mil deslocados só em fevereiro, além de um rasto de destruição, morte e famílias desencontradas.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com o apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região.
O conflito já fez mais de milhão de deslocados, de acordo com as agências das Nações Unidas, e cerca de quatro mil mortes, indicou o Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos.
EAC (EL) // MLL
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