O ‘blockbuster’ da Universal Pictures bateu “Barbie” nas vitórias, apesar de o filme de Greta Gerwig ter recebido um recorde de 18 nomeações.
“Esta é uma tremenda honra”, disse o realizador Christopher Nolan, ao receber o prémio de Melhor Realizador e agradecendo o apoio dos críticos. “Vocês convenceram as audiências de que um filme sobre física quântica e o apocalipse valia a pena”, acrescentou.
Robert Downey Jr., que bateu Ryan Gosling e Robert De Niro ao ser considerado Melhor Ator Secundário, fez um discurso divertido no qual disse que “adora críticos” e leu algumas das críticas mais terríveis que foram escritas sobre ele, tal como “ele parece o Pee-wee Herman a emergir de um coma”.
A distinção pelo papel de Lewis Strauss, disse o ator, também se deveu ao trabalho de equipa da “santíssima trindade” composta por Christopher Nolan, a produtora Emma Thomas e o protagonista Cillian Murphy.
Todos tiveram a oportunidade de subirem juntos ao palco, incluindo a nomeada Emily Blunt, quando “Oppenheimer” levou a estatueta de Melhor Elenco.
O compositor Ludwig Göransson viu o seu trabalho premiado com a vitória em Melhor Banda Sonora e o filme venceu também categorias técnicas — Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhores Efeitos Visuais.
Mas as estatuetas de Melhor Atriz e Melhor Ator foram para outros filmes. Emma Stone conquistou o prémio mais cobiçado pela interpretação de Bella Baxter em “Pobres Criaturas”, o filme de Yorgos Lanthimos que inclui uma interpretação da fadista Carminho, e mostrou-se surpreendida pela vitória, dizendo que não tinha nada preparado.
“Interpretar a Bella foi uma das melhores coisas da minha vida, fez-me desaprender muitas coisas como vergonha e pesos sociais que nos impõem” afirmou. “Ainda estou a trabalhar nisso”, continuou, gracejando que estava “muito grata” aos críticos pelo prémio e ao mesmo tempo a aprender a não ligar ao que eles pensam dela.
Já o prémio de Melhor Ator foi entregue a Paul Giamatti pelo papel em “Os Excluídos”, de Alexander Payne, batendo o favorito Cillian Murphy e outros pesos-pesados como Leonardo DiCaprio e Bradley Cooper.
“Vocês são a audiência mais dura que temos, o vosso trabalho é serem duros”, disse Giamatti. “É incrível o quão vocês gostaram deste filme, que é sobre conexão”, acrescentou.
“Os Excluídos” também deu a Da’Vine Joy Randolph o prémio de Melhor Atriz Secundária e a Dominic Sessa o de Melhor Jovem Ator.
“Barbie”, que chegou à cerimónia como o filme mais nomeado, arrecadou várias estatuetas importantes, das quais se destacam Melhor Filme de Comédia, Melhor Argumento Original para Greta Gerwig e Noah Baumbach e Melhor Canção Original para “I’m Just Ken”.
O filme mais visto do ano foi também o vencedor de Melhor Design de Produção, Melhor Guarda-Roupa e Melhor Caracterização, num total de seis.
“Anatomia de uma Queda” foi o Melhor Filme Estrangeiro e “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” a Melhor Animação. “American Fiction” venceu Melhor Argumento Adaptado.
Nas categorias de televisão, destaque para “Succession”, que ganhou Melhor Série Dramática e consagrou Sarah Snook como Melhor Atriz e Kieran Culkin como Melhor Ator.
“The Bear” foi a Melhor Série de Comédia, com Jeremy Allen White a ganhar o prémio de Melhor Ator, Ayo Edebiri o de Melhor Atriz e Ebon Moss-Bachrach o de Melhor Ator Secundário. “Rixa” foi a Melhor Minissérie, dando também a Ali Wong e Steven Yeun as estatuetas nesta categoria.
Numa noite cheia de estrelas, Harrison Ford foi homenageado com o prémio carreira e mostrou-se visivelmente emocionado no discurso de aceitação. America Ferrera recebeu o prémio “See Her”, que distingue atrizes pelo trabalho que fazem em torno da equidade e inclusão.
Ferrera, que estava nomeada pelo papel em “Barbie”, falou da necessidade de desmontar os preconceitos enraizados e trazer ao de cima personagens latinas com várias camadas e complexidades. “Todos somos dignos de ser vistos”, afirmou.
A atriz também agradeceu a Margot Robbie por ter visto o valor da Barbie e a Greta Gerwig por ter destruído barreiras.
“Obrigada, Greta, por provares que as histórias de mulheres não têm dificuldade em atingir grandeza cinematográfica e fazer história nas bilheteiras”, salientou Ferrara. “Contar histórias descaradamente femininas não diminui o vosso poder. Expande-o”, disse.
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