De acordo com fonte da Eletricidade de Moçambique (EDM), o mau tempo que se faz sentir em alguns pontos do centro do país provocou a queda de cinco postes de média tensão, levando à interrupção no fornecimento de energia a 32.703 clientes nos distritos de Morrumbala, Derre, Mopeia, Luabo, Inhassunge, Chinde, na província da Zambézia, Inhaminga, Chemba, Caia e posto administrativo de Chupanga, na província de Sofala, Tambara, na província de Manica, e Mutarara, em Tete.
“Equipas técnicas da EDM foram mobilizadas para o terreno, visando o restabelecimento do fornecimento normal de energia elétrica aos locais afetados. No entanto, a ocorrência de chuvas está a condicionar a realização dos trabalhos”, reconhece a elétrica estatal moçambicana.
A empresa operava no final do ano passado uma rede de distribuição em média tensão de 22.992 quilómetros e uma rede de transporte de 6.355 quilómetros com 15.906 torres.
Segundo a EDM, dos 416 postos administrativos do país, 318 estão ligados à Rede Elétrica Nacional, o que representa uma taxa de cobertura de 76% ao nível do território.
A Lusa noticiou em setembro que só os ciclones que afetaram Moçambique em 2022 custaram à EDM mais de 23,8 milhões de dólares (22 milhões de euros), segundo dados da elétrica estatal.
De acordo com a contabilização final feita pela EDM, a rede elétrica moçambicana registou “danos avultados” em 2022, traduzidos na queda de postes de energia de média e baixa tensão, provocando a indisponibilidade de energia no sistema que “afetou cerca de 300.000 clientes”.
Somando os prejuízos nas infraestruturas à redução de cobranças, a EDM contabilizou um prejuízo diretamente associado aos impactos dos ciclones em 2022 de 23.852.265 dólares.
Em causa os efeitos, primeiro, da tempestade Ana, que atingiu as províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Niassa, Sofala e Manica, em janeiro do ano passado, afetando cerca de 120.000 pessoas e provocando 10.814 deslocados. A tempestade, além dos efeitos na rede elétrica, destruiu 23.400 casas, oito pontes, 13 unidades sanitárias e 543 salas de aula de 249 escolas.
Seguiu-se, em março, o ciclone tropical Gombe, que atingiu as províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, com rajadas de vento que chegaram a 230 quilómetros por hora, afetando 736.015 pessoas e provocando 7.086 deslocados, além de 78.635 casas, oito pontes destruídas, entre outros graves impactos.
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