Reunido hoje, o Conselho de Ministros decidiu propor ao Presidente da República “a prorrogação do mandato do major-general Pedro Miguel Alves Gonçalves Soares para o cargo de ‘deputy force commander'” da Minusca, lê-se no comunicado divulgado.
A nomeação deste responsável pelo Governo português foi feita em junho do ano passado, sendo que Portugal integra a missão instalada na República Centro-Africana (RCA) desde 2017.
Em junho deste ano, a ministra dos Negócios Estrangeiros da RCA, Sylvie Baipo Temon, pediu uma maior capacitação da missão de paz da ONU no país para “diminuir as capacidades mortíferas dos grupos armados” — entre os quais se contam os paramilitares da empresa russa Wagner.
E anunciou ter solicitado às Nações Unidas mais coordenação e colaboração nas investigações a denúncias de exploração e abuso sexual por parte de uma unidade militar tanzaniana da Minusca.
A missão foi alvo, há cerca de um mês, de um ataque de um grupo armado que resultou na morte de um ‘capacete azul’ ruandês e de três dos assaltantes.
No ano passado a RCA registou a morte de quatro membros de missões de manutenção da paz da ONU, sendo que a Minusca é atualmente considerada a missão mais perigosa de África.
Os mais de 14 mil ‘capacetes azuis’, apoiados por três mil polícias, têm um mandato até novembro, mas a sua presença é cada vez mais contestada pela sociedade local e mesmo pelo próprio Governo, que abriu a porta à presença do grupo mercenário russo Wagner, tal como aconteceu no Mali.
PMC (MYMM/MBA) // LFS