Os serviços de inteligência da Rússia, conhecidos pela sigla FSB, estão a interpretar as últimas “declarações e ações” do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, como uma “convocatória, de facto, para iniciar um conflito armado civil na Federação Russa e uma facada nas costas dos militares russos que estão a combater as forças pro-fascistas da Ucrânia”.
Em comunicado, o órgão responsável pela segurança interna na Rússia apela aos mercenários do grupo Wagner que se rebelem contra o seu líder e “tomem medidas para o deter”. Antes, as autoridades russas já tinham anunciado a abertura de uma investigação a Prigozhin “por convocação de um motim armado”, com o general Sergei Surovikin, o número dois da Rússia na ocupação da Ucrânia, a pedir aos mercenários do grupo Wagner para se manterem leais a Vladimir Putin. “Peço-vos que parem”, afirmou, num vídeo publicado nas redes sociais.
Ao anunciar o movimento da sua coluna militar Rússia adentro, Prigozhin referiu que “este não é um golpe militar, mas uma marcha pela justiça”. O certo é que o Kremlin está a encarar a situação como uma rebelião, tendo já reforçado as medidas de segurança em Moscovo, enquanto vão surgindo relatos de confrontos nas imediações da cidade de Rostov do Don, cerca de mil quilómetros a sul da capital russa. É ali que se situa o principal quartel-general das forças russas que combatem na Ucrânia, funcionando como a base logística de apoio à frente leste do conflito.