A mais recente polémica do Dalai Lama causou choque na internet: o líder estava com um grupo de estudantes no templo Tsuglagkhang em Dharamshala, norte da Índia, quando um rapaz se aproxima do microfone e pergunta se pode abraçar o líder.
O vencedor do Prémio Nobel da Paz recebeu o menino no palco e disse “primeiro aqui”, apontando para a sua bochecha, que o menino beija. Depois pega no queixo do menino e beija-o nos lábios. Seguiram-se uns breves segundos de silêncio até Dalai Lama colocar a língua de fora e pedir-lhe: “suck… my… tongue” [chupa a minha língua].
Esta não é a primeira vez que o mundo fica surpreendido com as ações ou com as palavras de Dalai Lama. Em outras situações, o líder foi acusado de
Mulher atraente
Durante uma entrevista concedida à BBC, em 2015, Dalai Lama disse, em tom irónico, que uma mulher poderia ocupar o seu posto desde que fosse “muito atraente”. “Se vier uma Dalai mulher, que tenha uma cara atraente”, revelou, na altura. “Essa mulher deve ser atraente, sim. Caso contrário, não serve para nada”. Em 2019, quando questionado novamente sobre esta declaração, o líder voltou a reafirmar a sua posição.
A mensagem parecia contraditória para um homem que prega tolerância, mas o líder acrescentou que, na literatura budista, tanto a beleza interior quanto a exterior são essenciais.
Mais tarde, pediu desculpa pelo seu comentário. “Sua Santidade genuinamente não quis ofender” e “lamenta profundamente que as pessoas tenham ficado magoadas pelo que ele disse e oferece suas sinceras desculpas”.
Refugiados
A posição do líder sobre os refugiados também gerou polémica. No mesmo ano, Dalai Lama afirmou que “os países europeus devem acolher os refugiados e dar-lhes educação e formação. E depois, o objetivo é… regressar aos seus países”.
“A Europa, por exemplo, a Alemanha, não se pode tornar um país árabe. A Alemanha é a Alemanha. Há tantos [refugiados] que na prática se torna difícil. (…) De um ponto de vista moral, acho que os refugiados devem ser admitidos apenas temporariamente.”
Dalai Lama não tem dúvidas de que qualquer refugiado se sente melhor na sua terra-natal e que “devemos deixar a Europa para os europeus”.
Mas já antes, em 2016, o vencedor do prémio Nobel da Paz deu uma entrevista a um jornal alemão em que defendeu que a Alemanha não podia correr o risco de se tornar num “país islâmico” e disse que havia “refugiados a mais”.
Trump
Durante a mesma entrevista que à BBC, Dalai Lama também comentou sobre o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando-o como um homem que “carece de princípios morais”.
“Quando se tornou presidente, disse aquilo da América primeiro [o slogan America First]. Isto é errado. Os Estados Unidos deveriam assumir responsabilidade global”, disse, ainda acrescentando esta política o deixa “desconfortável”.
Além disso, Dalai afirmou que as emoções de Trump “são um pouco complicadas”. “Um dia diz uma coisa, no outro dia diz outra”, acrescentou.
Índia e do Paquistão
Em agosto de 2018, Dalai Lama disse que a Índia e o Paquistão teriam permanecido unidos se Mahatma Gandhi tivesse deixado Muhammad Ali Jinnah ser o primeiro primeiro-ministro da Índia.
Durante o seu discurso no Goa Institute, o líder disse que o ex-primeiro-ministro Jawaharlal Nehru tinha uma “atitude egocêntrica” pelo que Muhammad Ali Jinnah não pôde ser nomeado primeiro-ministro, levando à divisão da Índia e do Paquistão.
As observações feitas pelo Dalai Lama sobre Jawaharlal Nehru ocorreram quando ele falava aos estudantes em Sankhalim. Na altura, teve que pedir desculpas novamente pelas suas palavras, dizendo que não pretendia causar complicações.