O Presidente do Maláui, Lazarus Chakwera, “observou com grande preocupação a devastação que o ciclone Freddy está a causar em muitos distritos (…) e declarou estado de calamidade” no sul, anunciou o gabinete da presidência em comunicado.
Pelo menos 66 pessoas morreram, no Maláui devido passagem do ciclone, 93 ficaram feridas e há registo de 16 desaparecidos, indicou num novo balanço a Cruz Vermelha, que participa em missões de busca e resgate naquele país.
A organização referiu ainda que as chuvas, ventos fortes e deslizamentos de terras afetaram mais de 2.115 pessoas no país.
Este ciclone, que fez uma trajetória em arco raramente observada e é descrito como “fora da norma” pelos meteorologistas, também está a afetar Moçambique, pela segunda vez.
Neste país lusófono, pelo menos oito pessoas morreram devido à passagem do ciclone na província da Zambézia, segundo dados preliminares avançados hoje pelo Ministério da Saúde.
Do número total de óbitos em Moçambique, sete ocorreram na cidade de Quelimane, a capital provincial, e um no distrito de Mocuba, e “há também uma considerável destruição de infraestruturas” disse à comunicação social na província da Zambézia o ministro da Saúde, Armindo Tiago.
Vários bairros da cidade de Quelimane estão sem energia e telecomunicações.
O ciclone Freddy já perdeu força e é agora uma tempestade tropical, mas ainda assim deverá provocar chuva intensa até quarta-feira no centro de Moçambique.
É a segunda vez que este ciclone se abate sobre Moçambique, depois de um primeiro embate em 24 de fevereiro, provocando 10 mortes devido a condições adversas durante vários dias.
O Freddy já é um dos ciclones mais duradouros e que realizou uma trajetória mais longa nas últimas décadas, percorrendo mais de 10.000 quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, em 04 de fevereiro, e cruzou o oceano Índico até ao sul do continente africano.
O ciclone atingiu pela primeira vez a costa leste de Madagáscar em 21 de fevereiro e, depois de atingir Moçambique, regressou à ilha a 05 de março, onde quase 300.000 pessoas foram afetadas e 17 morreram, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.
ANP (EYAC) // LFS