As remunerações dos políticos estão sempre debaixo de olho, sobretudo em tempos de crise ou de recessão. E o debate sobre quanto devem os nossos representantes receber pelos cargos que desempenham é, por norma, acalorado – e sem fim à vista. Será, acima tudo, uma questão de ética e de dar o exemplo. Quando o povo tem dificuldade em comprar pão, não fica bem na fotografia haver líderes a comerem brioches.
Foi essa a razão que levou o Governo de José Sócrates a determinar, em setembro de 2010, um corte de 5% dos ordenados dos titulares dos cargos públicos. Corte esse que ainda hoje se mantém, mais de 12 anos depois.
Na União Europeia, cada país faz as suas regras, o que resulta em grandes desequilíbrios no seu próprio seio. É o que demonstra a infografia que aqui reproduzimos, com salários brutos (ou seja, antes de serem descontados os impostos e a segurança social) e o número equivalente de salários médios em cada país muito díspares.
Acrescente-se, ainda, que Portugal está na cauda da UE, com uma remuneração média que se situa nos 1 361 euros brutos por mês (17.º lugar no ranking da União Europeia). Um lugar que poderá mudar no futuro próximo. O salário mínimo português subiu para 760 a 1 de janeiro deste ano (mais 55 euros, o que representou o maior aumento absoluto de sempre) e o Governo tem como objetivo que ele atinja os 900 euros até ao final da legislatura (ou seja, até 2026).