Daniel, de 9 anos, estava na escola primária em Uvalde, no Texas, quando, na semana passada, Salvador Ramos, de 18 anos, disparou indiscriminadamente contra os alunos e professores.
Ao lado da mãe, Briana Ruiz, Daniel contou à CNN como se escondeu “debaixo de uma mesa ao lado da parede” e que, daquele ângulo, conseguia ver o atirador pela janela da porta. “Eu ainda conseguia ver a cara dele”, exclama. “Eu ainda conseguia vê-lo a olhar para as pessoas à minha frente”, recorda a criança, que acredita que o jovem também o viu.
Daniel conseguiu, depois, saltar para o lado de fora da sala através de uma janela partida, tendo apenas ficado ferido, pelos vidros, na mão.
O atirador tinha disparado vários tiros para a sala, depois de não ter conseguido entrar pela porta, fechada pelo professor. As balas atingiram o docente e uma colega que também estava na sala, mas ambos sobreviveram.
Salvador Ramos matou 21 pessoas das quais 19 eram crianças e dois adultos.
Durante o ataque, professores e crianças ligaram repetidamente para o número de emergência, 911, a pedir ajuda, incluindo uma menina que implorou para que a polícia fosse enviada de imediato.
Mas os primeiros polícias só chegaram ao local 12 minutos após o tiroteio e não entraram na escola para perseguir o atirador até quatro minutos depois.
No interior, foram repelidos por tiros de Ramos e esconderam-se, segundo relatos da investigação em curso.
O atirador ainda estava dentro da sala quando chegaram os primeiros agentes especiais, depois de se terem deslocado cerca de 113 quilómetros, a partir da cidade fronteiriça de Del Rio.
A crise chegou ao fim depois de um grupo de agentes da Patrulha de Fronteira ter entrado na escola, envolvendo-se num tiroteio com o atirador, que estava escondido na sala de aula, tendo-o abatido.
“Com base nas melhores práticas, é muito difícil entender por que houve algum tipo de atraso (…) para entrar e neutralizar o atirador”, disse Ken Trump, líder da empresa de consultoria National School Safety and Security.
com Lusa