O primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, esteve reunido com o seu Gabinete, devido ao alarme dado pelos cientistas sobre uma nova estirpe do coronavírus identificada no Reino Unido, e que se propaga rapidamente.
Em conferência de imprensa, juntamente com Chris Whitty, diretor geral de Saúde de Inglaterra, e Patrick Vallance, consultor científico, que começou às 16h, Boris Johnson começou por alertar para os dados mais recentes relativos à covid-19 – mais de 27 mil novos casos nas últimas 24 horas – , que são preocupantes e mostram como a doença se está a propagar mais rapidamente do que o esperado.
O primeiro-ministro referiu que este crescimento do número de casos está a ser influenciado pela nova variante de coronavírus identificada no Reino Unido e que, apesar não existirem evidências de que provoque problemas mais graves ou seja mais mortal, esta variante parece ser transmitida com muita mais facilidade: de acordo com as suas afirmações, é 70% mais transmissível do que a variante original da doença.
Assim, foram anunciadas novas medidas para o Natal, que entram em vigor já este domingo. Londres e o Sudeste da Inglaterra passam, agora, para o nível 4, ou seja, todo o comércio não essencial, ginásios e cabeleireiros vão ser encerrados e as pessoas devem permanecer em casa. Em relação ao Natal, as pessoas que habitam em áreas de nível 4 não devem passar o Natal com familiares ou amigos fora do agregado. Relativamente às outras regiões, só será permitido o encontro com outros familiares no dia de Natal, e não durante os cinco dias anunciados anteriormente.
O primeiro-ministro acredita que estas medidas são essenciais agora, para que os próximos Natais possam ser passados em família, como todos desejam.
O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, escreveu, na sua conta oficial do Twitter, que quem vive nas regiões no nível 4 “deve ficar em casa para proteger o NHS e salvar vidas”.
Patrick Vallance explicou, na mesma conferência, que esta nova estirpe tem 23 alterações relativamente à variante anterior, sendo que algumas delas estão a causar várias preocupações.
Matt Hancock tinha já anunciado, na segunda-feira, a identificação de uma “nova variante” de SARS-CoV-2 no Reino Unido. “Identificámos uma nova variante do coronavírus, que pode estar associada à disseminação mais rápida no sudeste da Inglaterra. A análise inicial sugere que essa variante está a espalhar-se mais rápido do que as variantes existentes”, declarou, na Câmara dos Comuns. Ainda de acordo com as declarações do primeiro-ministro, já foram encontrados mais de mil casos com esta variante, maioritariamente no sul da Inglaterra.
Os cientistas acreditam que esta nova variante da covid-19 se propaga mais rapidamente do que as variantes anteriores e que seja a causa do aumento do número de casos nesta zona da Inglaterra ao longo das últimas semanas.
Depois do anúncio de Boris Johnson durante este sábado, o governo galês afirmou, em comunicado, que tomou “a difícil decisão” de adotar as “restrições do nível de alerta quatro para o País de Gales, em linha com as medidas tomadas em Londres e no sudeste da Inglaterra”.