Michael Cohen, ex-advogado de Donald Trump, lançou um livro intitulado “Disloyal: A Memoir”, no qual garante que o presidente dos EUA não se coibia de emitir comentários depreciativos e racistas sobre as comunidades latinas e afro-americanas.
O ex-advogado foi preso em 2018 por violar o financiamento da campanha de Trump, com “o principal objetivo de influenciar a campanha eleitoral de 2016”, de acordo com o próprio. Além disso foi, ainda, acusado de evasão fiscal e prestação de declarações falsas. No seu livro, Cohen relata que o atual presidente fez inúmeros comentários racistas sobre Nelson Mandela e as comunidades latinas.
Entretanto, a Casa Branca já veio negar todas as afirmações do ex-advogado: “Cohen é um criminoso e advogado destituído, que mentiu ao Congresso”, disse o secretário de imprensa Kayleigh McEnany, num comunicado citado pela BBC. “Ele perdeu toda a credibilidade e não é surpreendente ver a sua última tentativa de lucrar com mentiras”, acrescentou.
O livro é publicado esta terça-feira e, entretanto, foram vários os meios de comunicação a revelar alguns excertos. Cohen descreve que “Trump expressava opiniões negativas sobre todos os negros, da música à cultura e política”. Acrescenta, ainda, que o atual presidente dos Estados Unidos disse que o já falecido presidente sul-africano e ativista anti-apartheid Nelson Mandela “não era um líder”.
Em “Disloyal: A Memoir”, Cohen alega, também, que o magnata tem “ódio e desprezo” pelo seu antecessor, Barack Obama. O ex-advogado escreve que Trump contratou um “falso Obama” para participar num vídeo encenado no qual ele apresentava comentários depreciativos acerca do primeiro presidente negro dos Estados Unidos “e depois demitia-o”.
As alegações não ficam por aqui e, segundo Cohen, Trump tem, ainda, algo a acrescentar sobre a comunidade hispânica. O ex-advogado afirma que o presidente dos Estados Unidos, certa vez, disse que nunca teria um único voto de um cidadãos hispânico. “Como os negros, eles são estúpidos demais para votar no Trump. Não são o meu povo”, terá sido a frase proferida pelo presidente, de acordo com Cohen.
Antes de ser preso, o ex-advogado testemunhou no Congresso e relatou inúmeras mentiras e crimes que alegadamente cometeu para proteger Trump que, mais tarde, apelidou de “racista” e “uma fraude”.