Uma jovem britânica, de 19 anos, foi condenada a quatro meses de prisão, com pena suspensa durante três anos, depois de um tribunal distrital dar como provado que inventou ter sido violada por um grupo de homens, num resort cipriota, no verão passado.
A britânica alegou que tinha sido atacada sexualmente por 12 turistas israelitas no hotel onde estava alojada, em Aya Napa, no dia 17 de julho de 2019. Dez dias depois, a jovem retirou a queixa e acabou por ser detida pela polícia.
Um dos seus advogados diz que lhe foi, inicialmente, negada representação legal e que a mulher está a sofrer de stress pós-traumático.
Segundo a agência de notícias britânica PA Media, a equipa de advogados encarregue do caso vai levá-lo ao Supremo Tribunal do Chipre e ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos se for preciso. A mesma agência relata que, durante a leitura da sentença, o juiz Michalis Papathanasiou afirmou que “todas as provas mostram que ela mentiu e impediu a polícia de fazer outros trabalhos sérios”. Devido à sua acusação, continuou o magistrado, “12 pessoas foram detidas e sete ficaram presos durante pelo menos 10 dias”.
No entanto, “o seu estado psicológico, a sua juventude, o ter estado afastada da sua família, amigos e estudos académicos este ano” levaram-no a decidir dar-lhe uma segunda oportunidade e suspender a pena durante três anos.
A jovem passou um mês numa prisão do Chipre antes de sair sob fiança, mas o seu passaporte ficou retido, o que fez com que só na terça-feira pudesse regressar ao Reino Unido.
A britânica insiste que foi vítima de um ataque sexual “terrível” e que retirou a queixa sob coação e ameaças da polícia cipriota.