Cerca de 15 das mulheres que fazem parte da acusação a Jeffrey Epstein tiveram oportunidade de falar terça-feira no tribunal de Nova Iorque, numa audiência do caso em que o empresário milionário é acusado de explorar raparigas com menos de 18 anos para realizar atos sexuais nas suas mansões entre 2002 e 2005. Recorde-se qe Epstein suicidou-se no ínicio deste mês, enquanto aguardava julgamento em prisão preventiva.
Virginia Giuffre, de 35 anos, tinha apenas 15 quando trabalhava no resort Mar-a-Lago, na Flórida e contou que abordada pela primeira vez para fazer massagens a Jeffrey Epstein. Hoje alega ter sido explorada pelo empresário como uma “escrava sexual”. Entre os vários episódios relatados aos procuradores que investigam o caso nos últimos meses, surgem relatos de encontros com o príncipe Andrew, numa mansão de Epstein em Manhattan, em que a jovem alega ter sido forçada a ter relações sexuais com o duque.
À saída da audiência desta terça-feira, os jornalistas pediram a Virginia para comentar o envolvimento do príncipe Andrew, e o facto de este ter negado, ao que ela respondeu que “ele sabe o que fez e pode atestar isso. Ele sabe exatamente o que fez e espero que venha admiti-lo”.
Citadas pela BBC, as mulheres ouvidas em tribunal manifestaram a sua frustração pela morte de Epstein, uma vez que o empresário conseguiu “manipular o sistema judicial” e nunca ser verdadeiramente castigado pelos seus crimes. “O facto de eu nunca vir a ter a oportunidade de o enfrentar no tribunal deixa-me irritada. Deixaram este homem matar-se e matar também a possibilidade de se fazer justiça para os outros”, afirma uma delas.
O advogado Brad Edwards disse ao tribunal que 15 das vítimas que ele representa estavam presentes mas pelo menos mais 20 clientes suas não compareceram à audiência, principalmente devido ao medo da exposição pública.
Apesar de tudo, os procuradores garantiram que a investigação ainda está em andamento e que acusações ainda podem ser feitas contra quaisquer outros envolvidos no esquema de Epstein.