A primeira-ministra britânica Theresa May, que ontem viu chumbado no parlamento o acordo com a União Europeia para o Brexit, vai continuar no cargo depois de a moção de censura apresentada pelo partido Trabalhista ter sido vetada por uma maioria de 19 votos.
Dos deputados presentes, 325 votaram contra a moção apresentada por Jeremy Corbyn, o líder trabalhista, enquanto 306 votaram a favor da destituição de Theresa May.
Conhecida a recusa dos deputados, May comprometeu-se em “continuar a trabalhar para entregar a promessa solene de cumprir o que foi decidido no referendo e sair da União Europeia”.
Corbyn – que ontem justificou a moção alegando que “o Governo perdeu a confiança deste Parlamento e deste país”, – voltou a insistir que só regressa à mesa das negociações se houver garantia de que é afastado o cenário de um Brexit sem acordo. Os liberais-democratas pedem a mesma garantia e o partido nacionalista escocês exigiu um novo referendo e o alargamento do prazo para a saída.
A primeira-ministra conservadora voltou a propor encontros entre representantes do Parlamento e do Governo nos próximos dias e anunciou que quer já esta noite começar as reuniões com líderes partidários. “Temos de encontrar soluções que sejam viáveis,” acrescentou.
May deverá dirigir-se à câmara na próxima segunda-feira para apresentar um caminho alternativo ao acordo para o Brexit com Bruxelas que foi chumbado ontem. “Estou pronta a trabalhar com qualquer membro desta casa,” concluiu na curta intervenção na Câmara dos Comuns.
A líder do Governo de Londres sofreu ontem uma pesada derrota no Parlamento, ao ver recusada por uma maioria de 230 votos (432 contra e apenas 202 a favor), tendo uma larga fatia dos deputados da sua bancada votado contra a solução de acordo para a saída da União Europeia assinada com Bruxelas.
A desvinculação de Londres da UE deve, pelas regras europeias, acontecer até 29 de março, mas tanto a Alemanha como a França sinalizaram disposição para adiar a data limite. Já o negociador-chefe que representa Bruxelas no processo, Michel Barnier, mostrou-se aberto a renegociar com May.