As comunicações diplomáticas da União Europeia terão sido hackeadas e, segundo a empresa que o descobriu, será o Governo chinês o responsável.
Os milhares de mensagens diplomáticas a que os hackers tiveram acesso descrevem Donald Trump como “bully” e a Crimeia como uma “hot zone” onde, agora, poderão estar armas nucleares.
A notícia, publicada pelo The New York Times, “põe em evidência a proteção notavelmente fraca das comunicações de rotina entre representantes da União Europeia após anos de divulgações embaraçosas de documentos governamentais em todo o mundo”.
Numa das comunicações tonadas públicas está um aviso, de 8 de fevereiro, de que a Crimeia se tornou uma “zona quente onde poderão já estar ogivas nucleares”.
Recorde-se que, em 2014, a Rússia anexou ilegalmente o território ucraniano da Crimeia e, pelo menos publicamente, nem Moscovo nem Washington alguma vez sugeriram que pudesse haver ali armas nucleares.
A UE já referiu, em relação às primeiras informações do The New York Times, que, “ciente das alegações sobre uma potencial fuga de informações confidenciais”, já está a “investigar ativamente a questão”.
Muitas das mensagens diplomáticos apenas confirmam a preocupação de Bruxelas com a administração Trump e o declínio das regras basilares mundiais.
Numa delas, os diplomatas europeus descrevem a cimeira da Finlândia, em julho, entre Trump e Putin como “um sucesso (pelo menos para Putin)”.
Noutro documento, os diplomatas referem que o presidente chinês Xi Jinping disse que o “bullying” de Trump sobre Pequim se assemelha a um “combate de boxe sem regras”. Xi Jinping terá mesmo dito: “A China não irá submeter-se ao bullying dos EUA mesmo que uma guerra comercial prejudique toda a gente”.
As mensagens, que se referem a três anos de comunicações diplomáticas, terão sido colocadas online por hackers e foram descobertas por uma empresa chamada Area 1 que as fez chegar ao jornal americano.
O jornal disse que as técnicas utilizadas pelos hackers se assemelham às que são usadas por uma unidade do Exército Popular de Libertação da China.