A revista The New Yorker noticiou no domingo que os democratas que integram o comité do Senado norte-americano estão a investigar a acusação de assédio sexual de uma segunda mulher pelo juiz nomeado pelo Presidente dos EUA para o Supremo Tribunal.
O incidente reporta ao ano letivo de 1983-84, o primeiro de Brett Kavanaugh na Universidade de Yale.
Deborah Ramirez, de 53 anos, disse à revista nova-iorquina que Kavanaugh apareceu num dormitório, embriagado, pressionou o pénis no seu rosto, o que a obrigou a tocá-lo sem o seu consentimento, quando o afastava.
Numa declaração divulgada pela Casa Branca, Kavanaugh garantiu que o incidente “não aconteceu” e que a alegação era “uma difamação, pura e simples”. Um porta-voz da Casa Branca acrescentou, numa segunda declaração, que a alegação foi “planeada para derrubar um bom homem”.
A nova informação surgiu horas depois do comité do Senado ter acordado uma data e hora para uma audiência para ouvir a primeira mulher que acusou Brett Kavanaugh de abuso sexual.
“Estamos comprometidos em avançar com uma audiência pública na quinta-feira, 27 de setembro, às 10:00 (15:00 em Lisboa). Apesar das atuais ameaças à sua segurança e à sua vida, a Dr.ª Ford acredita que é importante para os senadores ouvi-la diretamente”, lê-se numa mensagem dos advogados de Christine Blasey Ford, citada pela imprensa norte-americana.
Christine Blasey Ford, psicóloga, comprometeu-se com a audiência aberta, confirmaram os advogados em comunicado.
“Fizemos progressos importantes, Ford acredita que é importante para os senadores ouvirem diretamente dela sobre a agressão sexual que sofreu. Ela concordou em ir em frente”, acrescentaram os advogados.
Ford concordou em testemunhar depois de Kavanaugh, disse uma fonte ligada às negociações.
O testemunho é tido como um momento chave no processo de confirmação do juiz para o Supremo Tribunal.
A mulher acusou Kavanaugh de a agredir sexualmente numa festa, quando ambos andavam na escola secundária, nos princípios da década de 1980. O juiz negou, mas a questão está a atrasar a sua confirmação para o Supremo.
Uma mulher chamada Leland Keyser, que supostamente foi identificada por Ford como uma das cinco pessoas presentes na festa, disse ao comité de senadores “não conhecer o senhor Kavanaugh” e não se lembrar de “ter estado alguma vez” num encontro com ele, com o sem a presença da suposta vítima.