“Paguem agora ou desligo as máquinas”. São estas as palavras que o pai de Adrian King recorda, proferidas por “um homem no quarto do filho”. “Eu não tinha as 7 mil libras (perto de 8 mil euros) que ele me pedia na altura. À saída do quarto, começou a a desligar coisas”, relata o pai do turista que se sentiu mal durante umas férias no Egito.
Adrian King foi transportado de imediato para o hospital, onde os médicos diagnosticaram uma falha renal. O cidadão britânico acabaria por entrar em coma e ficar dependente de máquinas de suporte de vida, mas, segundo a família, foi dito à amiga que o acompanhava na viagem que o seu seguro não era válido.
Segundo o Daily Mail, que relata o caso, o seguro tinha sido anulado pela companhia quando descobriu que King não tinha declarado uma hospitalização, dois anos antes, com peritonite.
No âmbito da investigação ao caso, o pai, Charles Bumford, de 59 anos, declarou que contactou o consulado britânico 50 vezes enquanto o filho esteve internado, mas que não recebeu qualquer apoio.
O jornal britânico adianta que não foi possível encontrar no hospital egípcio dados detalhados sobre o estado de Adrian King nos cinco dias anteriores à sua morte, a 29 de maio do ano passado.
Stephan Kruper, consultor na área de cuidados intensivos do Royal Stoke University Hospital, no Reino Unido, a quem as autoridades pediram que analisasse o caso, adianta que a informação disponível diz que o turista sofreu uma paragem cardíaca no dia 24 de maio, mas a família alega que não é verdade. “Eles nunca disseram que ele sofreu uma paragem cardíaca, eles disseram que iam parar [o tratamento] por falta de pagamento”, recorda a amiga.
A investigação, até agora, concluiu que King morreu na sequência de uma falha renal, a que se seguiu um tratamento médico “limitado”. Não foi realizada autópsia porque as autoridades egípcias consideraram provada a causa da morte.