O exercício é feito pela CNN, e isso pode deixar-nos de pé atrás – mas entrando na página @real donald trump, confimam-se todos os receios sobre o poder dos algoritmos e a visão enviesada que dão do mundo que nos rodeia.
Ora veja-se: Donald Trump, 70 anos, esse mesmo, o empresário e personalidade televisiva que se tornou o mais recente presidente dos EUA, e cujos tweets são seguidos por mais de 25 milhões de utilizadores daquela rede social, não vê mais do que as publicações de 43 contas.
A saber: primeiro, os membros da família ( por exemplo, o que tweetam a filha Tiffany e as noras Vanessa e Lara).
Seguem-se os negócios da família (ou o que dizem os administradores da Trump Organization – as empresas sediadas na Trump Tower – mas também o que contam os senhores da Trump Golf e do Trump Waikiki, o hotel de luxo em Honolu).
Entre o grupo de escolhidos estão também os conselheiros próximos ( Kellyanne Conway, que foi sua diretora de campanha e agora o acompanha na Casa Branca; e também Reince Priebus, atual chefe de gabinete). Logo depois, aparecem outros apoiantes como Sean Hannity, conhecido apresentador de rádio e televisão e que deu sempre mais tempo de antena a Trump ainda ele não era candidato oficial; ou Piers Morgan, jornalista britânico responsável pelos assuntos americanos e se descreve como amigo pessoal de Trump.
De resto, nada de referências a canais noticiosos como a própria CNN ou o New York Times – nem sequer o Breitbart ou Infowars, sites assumidamente defensores da visão do mundo alardeada por Trump. Também lá falta o seu secretário para a imprensa, Sean Spicer, e a sua página oficial POTUS (acrónimo da expressão inglesa Presidente dos Estados Unidos). Já o que não falta é a Fox and Friends – o programa informativo das manhãs da Fox. E conservador, claro!