O Partido Popular (PP) foi o partido com mais votos nas eleições espanholas deste domingo. Com 28,7% dos votos elegeu 123 deputados, seguido do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 90 deputados e 22%, depois de escrutinados 99,5% dos boletins.
O Podemos tem 69 lugares, com cerca de 20,6%, seguindo-se o Ciudadanos, com 40 deputados e 13,9%.
Seguem-se a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), com nove eleitos e 2,3% dos votos nacionais, a Democràcia y Llibertat (oito deputados e 2,2%), o Partido Nacionalista Basco (seis deputados e 1,2%).
Sem conseguirem formar um grupo parlamentar no Congresso ficaram a Esquerda Unida (dois deputados e 3,6%), o partido basco EH (2 lugares e 0,8%) e a Coligação Canária (um deputado e 0,3%).
No caso do Podemos, o total de lugares resulta da combinação dos votos no partido liderado por Pablo Iglesias mas também com as listas autónomas apresentadas na Catalunha (En Comú Podem), em Valência (Compromís en la Comunidad Valenciana) e na Galiza (En Marea).
O fim do bipartidarismo
O Partido Popular (PP, direita), no poder em Espanha, reclamou vitória nas legislativas deste domingo, ao conseguir 28,7% dos votos, quando estão contados mais de 90% dos boletins, anunciou a vice-presidente do governo espanhol.
“De acordo com os dados de que dispomos, com 94,14% dos boletins contados, o Partido Popular ganhou estas eleições gerais”, com 122 deputados, declarou Soraya Sáenz de Santamaría.
A responsável acrescentou que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) ficou em segundo, com 91 lugares e 22,19% dos votos. O Podemos (esquerda radical) é a “terceira força política”, com 59 e 20,61%, disse, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz. O Ciudadanos surge em quarto lugar com 40 deputados e 13,8% dos votos.
A vice-presidente do governo e o ministro do Interior estão também a apresentar os resultados por comunidades, quando se aproxima o fim da contagem dos boletins.
O secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, reafirmou que os resultados das eleições gerais em Espanha indicam “o fim do bipartidismo” e considerou como prioridade do seu partido uma reforma constitucional ampla.
“Hoje nasceu uma nova Espanha. Inaugura-se uma nova etapa política no país. As forças da mudança obtiveram mais de 20 por cento dos votos, mais de 5 milhões de votos em todo o país”, afirmou Pablo Iglesias, numa referência ao seu partido e às formações “irmãs” que apoiou, o En Comú Podem da Catalunha, o Compromís da Comunidade Valenciana e o En Mareas da Galiza.
Iglesias, aliás, recordou que o Podemos foi a força mais votada na Catalunha e no País Basco e a segunda mais votada em comunidades como Madrid e Galiza (em ambos os casos atrás do PP).
O líder do Podemos realçou que o PP de Mariano Rajoy obteve o seu pior resultado desde 1989 e o PSOE de Pedro Sánchez o seu pior resultado desde que há democracia em Espanha (1977). “Acabou-se o sistema da rotação [de poder] em Espanha, acabou-se o bipartidismo. Somos a única força política de âmbito estatal capaz de liderar um acordo plurinacional que respeite as forças da mudança” que os espanhóis pedem, disse Pablo Iglesias.
Assim, o líder do Podemos enumerou as suas prioridades: “em primeiro lugar a blindagem dos direitos sociais na constituição”, defendendo o direito à habitação contra os despejos, a saúde pública e a educação.
Também recordou como prioridade – do seu programa – uma reforma do sistema eleitoral, “imprescindível e inadiável” – que permite o desenvolvimento “plurinacional de Espanha” e que permita uma moção de confiança ao governo em caso de não cumprimento do seu programa.
“Estamos a começar uma nova era política no nosso país e a nossa agenda, antes de mais, é a reforma constitucional”, disse Iglesias ao ser questionado sobre possíveis acordos com outras formações para formar Governo ou para a votação de investidura do presidente do Governo.