Na cultura chinesa considera-se que oferecer relógios dá azar. Isto porque as palavras “oferecer um relógio” soam a “despedir-se” de um defunto num funeral. Mas foi isto mesmo que Susan Kramer fez, esta terça-feira, em visita a Taiwan, ao oferecer um relógio de bolso ao Presidente da Câmara de Taipé, Ko Wen-je.
Sem fazer qualquer comentário, o autarca, que deu à ministra britânica dos Transportes uma pequena estátua do emblemático edifício 101 da cidade, despediu-se, tranquilamente, de Kramer. No entanto, quando questionado pela imprensa local sobre se não se sentia incomodado com a oferta, Ko Wen-je respondeu, aparentemente em tom de brincadeira, que “não necessitava” do relógio e que o iria oferecer a alguém que o levasse “a um sucateiro para o vender a peso”.
A notícia espalhou-se rapidamente por toda a imprensa de Taiwan, levando a ministra britânica a desculpar-se pela sua gaffe cultural. Num encontro com a imprensa, Susan Kramer assegurou que não se sentiu “ofendida com o humor” de Ko Wen-je.
“Tenho consciência de que cometi um erro cultural ao oferecer o relógio, mas no meu país dizemos que o tempo vale ouro e o relógio, que serve para medir o tempo, é um bom presente”, explicou Kramer.
Por sua vez, Ko Wen-je foi alvo de críticas por parte de diversos políticos e internautas pela falta de diplomacia. O governante reconheceu também, por sua vez, que “cometeu um erro”, aproveitando para pedir “desculpa” a Kramer. No final, prometeu “estudar a etiqueta diplomática”.