Os Estados Unidos vão iniciar uma aproximação “histórica” com Cuba, prevendo, nomeadamente, o restabelecimento das relações diplomáticas com o regime de Havana e o alívio das sanções económicas impostas desde 1962, divulgou hoje um responsável norte-americano.
O alto funcionário da administração norte-americana, citado pela agência francesa AFP, indicou que Washington vai restabelecer uma embaixada em Havana “nos próximos meses”.
Estas informações foram divulgadas após o anúncio da libertação do norte-americano Alan Gross, que estava detido há cinco anos em Cuba por espionagem.
Os Estados Unidos libertaram, em troca, os últimos três membros do grupo que ficou conhecido como “Cinco de Cuba”, condenados em 2001 por espionagem, informaram altos funcionários norte-americanos, citados pelas agências internacionais.
A libertação de Gerardo Hernández, Ramón Labanino e Antonio Guerrero foi anunciada no mesmo dia em que o regime de Havana libertou o norte-americano Alan Gross, detido há cinco anos em Cuba por espionagem.
O líder cubano Raul Castro anunciou numa comunicação ao país que os três já se encontram em Havana.
Raul Castro anunciou que Cuba concordou restabelecer relações diplomáticas com os Estados Unidos, congeladas desde 1961, indicando, no entanto, que ainda falta resolver a questão do embargo económico imposto por Washington.
“Concordámos restabelecer as relações diplomáticas depois de mais de meio século”, disse Raul Castro, numa declaração transmitida a partir de Havana.
O líder acrescentou, no entanto, que a questão do embargo comercial imposto pelos Estados Unidos, que designou como “bloqueio”, continua por resolver.
Obama quer discutir o tema com o Congresso
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje que pretende discutir o total levantamento do embargo económico a Cuba e o restabelecimento de relações diplomáticas.
Numa intervenção a partir da Casa Branca, em Washington, Obama afirmou igualmente que os Estados Unidos pretendem retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo.
Estas medidas surgem no âmbito de uma aproximação histórica entre os dois países, que não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961.