“Não sou um fugitivo, saí de Itália porque fiquei perturbado com uma sentença injusta e porque temo pela minha vida nas prisões italianas”, foram as primeiras palavras que Fabrizio Corona disse aos agentes que o detiveram em Portugal, de acordo com a sua advogada, a italiana Nadia Alecci, em declarações ao TGCom24, site da cadeia de televisão italiana MediaSet.
De acordo com a polícia italiana, um grupo de agentes estava em Portugal há alguns dias no encalço do ‘paparazzo’, condenado na sexta-feira a cinco anos de prisão efetiva por ter extorquido dinheiro ao jogador de futebol francês David Trezeguet.
O fotógrafo indicou um local, a estação ferroviária de Queluz, e uma hora para se entregar à polícia portuguesa, à qual se juntaram os investigadores italianos.
No momento da detenção, descreve o TGCom24, era evidente o desconforto de Fabrizio Corona, que estava em lágrimas.
O superintendente da polícia de Milão, Luigi Savina, acredita que o ‘papparazo’, mesmo que não se entregasse, acabaria por ter sido preso de qualquer maneira.
“Começámos a segui-lo mal desapareceu de Itália. Ele percebeu que o cerco começava a apertar-se. Percebeu que, uma vez queimado o contacto com as únicas pessoas que o apoiavam, não conseguiria mais apoio”, disse ao TGCom24.
Fabrizio Corona começa a ser ouvido hoje às 10:00 no Tribunal da Relação de Lisboa no, âmbito do processo de extradição para Itália.
Luigi Savina tem “fortes dúvidas” que o ‘papparazo’ consiga permanecer em Portugal, mas “pode acontecer”.
Fabrizio Corona, conhecido como o ‘paparazzo dos VIP [sigla em inglês para Very Important Person, em português Pessoa Muito Importante]’, foi condenado na sexta-feira a cinco anos de prisão efectiva por ter extorquido dinheiro ao jogador de futebol francês David Trezeguet.
O fotógrafo já tinha sido condenado a 18 meses de prisão por extorsão a outros jogadores de futebol, os italianos Adriano e Francesco Coco.