No dia 3 de dezembro de 1957, Maria Ridulph, uma menina com apenas 7 anos na altura, foi sequestrada por um rapaz mais velho enquanto brincava com uma amiga em Sycamore, Ilinóis.
Kathy Chapman (hoje com 63 anos), testemunha principal do caso, conta que estava a brincar na neve com Maria quando se aproximou um rapaz bastante mais velho que se apresentou como “Johnny”.
As meninas andavam a dar voltas às cavalitas do tal rapaz, até que Kathy decidiu ir até casa, para buscar umas luvas para o frio. Quando voltou, ambos haviam desaparecido. E nunca mais ninguém viu Maria com vida.
O corpo de Maria foi encontrado a 26 de abril de 1958, abandonado numa floresta a mais de 160 quilómetros do local onde foi vista a brincar pela última vez.
“Eu não o fiz, não o fiz, não matei Maria Ridulph (…) Foi um crime que eu não cometi, não faria e não poderia ter feito”, nega o acusado.
McCullough chegou a ser um de mais de 100 pessoas estiveram na lista de suspeitos, ao longo da investigação. Mas livrou-se de suspeitas, tendo alegado como alibi que estar num comboio rumo a Chicago, na altura em que ocorreu o sequestro. Esta declaração foi, na altura, apoiada pela sua mãe e padrasto.
O caso manteve-se arquivado até 2010, quando uma ex-namorada do acusado avançou com dúvidas sobre o alibi, dizendo ter encontrado o bilhete (por usar) da suposta viagem de comboio escondido atrás de uma moldura. Estas provas levaram à reabertura da investigação.
Quando as autoridades foram ter com Kathy Chapman apresentando-lhe uma fotografia antiga de McCullough, esta identificou-o como o “Johnny” que as terá abordado naquele triste dia.
As autoridades foram ainda ao encontro de Janet Tessier, meia-irmã de McCullough, que havia apresentado queixa de abuso sexual por parte deste e mais dois homens, em 1962 (acusação do qual foi ilibado em abril deste ano).
Janet, a segunda pessoa a testemunhar contra McCullough no âmbito deste caso, tinha mais a revelar: A mãe de ambos confessou-lhe, aproximando-se do fim da sua vida, em 1994, que tinha mentido à polícia quando confirmou o alibi do seu filho.
Jack McCullough, que tinha 17 anos na altura, era conhecido por todos como “John Tessier”.
McCullough terá deixado a sua terra natal de Sycamore pouco tempo após a morte de Maria para se alistar no serviço militar. Depois, instalou-se na longínqua cidade de Seattle, onde se tornou agente da polícia.
Foi só em 1994 que John Tessier passou a “Jack McCullough”, alegadamente com o propósito de homenagear a sua mãe (e o seu nome de solteira).
Durante o seu julgamento que decorreu, na última segunda-feira, este apontou para uma caixa que disse conter 4000 páginas de documentos do FBI que provariam a sua ausência do local do crime.
Os seus advogados confirmaram, mas o juíz Hallock declarou as supostas provas inadmissíveis pelo facto dos índividuos envolvidos nos documentos estarem falecidos, logo, indisponíveis para interrogatório.
Os advogados de McCullough avisaram contudo que iriam pedir um recurso judicial com base nestes documentos.