Numa aldeia árida, empoeirada e esquecida do mundo, no estado indiano de Gujarat, ser prostituta não é uma opção. Em Vadia, onde vive a tribo Sarania, a prostituição é uma tradição e foi imposta a cerca de cem mulheres, incluindo adolescentes que são obrigadas pelas famílias.
As mulheres da tribo costumavam ser bailarinas e cantoras nas residências de quem detinha o poder local. Depois da independência da Índia, em 1947, passaram para o jogo e a prostituição, o que marcou a aldeia durante várias gerações, uma vez que as filhas das prostitutas também eram consideradas indignas de se casarem.
No entanto, este domingo, 32 mulheres vão casar-se numa cerimónia múltipla, que pode contribuir para diminuir a opressão social e marginalização a que têm sido sujeitas.
“Vai ser a primeira vez na Índia independente que as mulheres vão romper as correntes da prostituição”, afirmou Mittal Patel, a coordenadora de uma ONG, que convenceu homens de outras aldeias a contrair matrimónio. Patel espera que estes casamentos signifiquem uma revolução social para as mulheres e que acabe com a prostituição.
“As nossas filhas já não vão ter uma vida humilhante. Vão ter uma vida como as outras raparigas, com dignidade”, afirmou uma prostituta.