O Presidente egípcio, Hosni Mubarak, decidiu alargar o recolher obrigatório a todo o país, poucas horas depois de ter decretado a medida só para algumas cidades, anunciou a televisão estatal.
O presidente anunciou num discurso à nação transmitido pela televisão, que vai remodelar o governo.
O Egito viveu mais um dia de manifestações antigovernamentais sem precedentes no país. Milhares de pessoas sairam da oração semanal para as ruas, em protesto contra o regime. A polícia respondeu com balas de borracha, granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água, ao que muitos manifestantes ripostaram lançando pedras.
O principal opositor, Mohammed ElBaradei, foi um dos atingidos pelos canhões de água e estava ao princípio da tarde retido dentro de uma mesquita cercada por centenas de polícias. Mais tarde, as autoridades anunciaram a sua detenção domiciliária.
Entre os alvos da fúria dos manifestantes esteve a sede do Partido Nacional Democrático (PND), no poder. Também na capital egípcia, duas esquadras de polícia foram incendiadas.
As autoridades egípcias decretaram já o recolher obrigatório nas cidades do Cairo, Alexandria e Suez, anunciou a televisão estatal, que terá hoje início às 18:00 locais (16:00 em Lisboa), terminando às 07:00 (05:00 em Lisboa) de sábado.
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“A rede Internet está cortada hoje no Egito”, indicava esta manhã a receção de um hotel da capital egípcia à agência francesa AFP, uma informação confirmada por outras unidades hoteleiras.
Vários utilizadores particulares contactados pela AFP em vários pontos do país disseram igualmente que não tinham acesso à rede.