Em entrevista ao jornal norte-americano New York Times, Barack Obama sublinhou o sucesso da estratégia norte-americana no Iraque, que consistiu em trazer os rebeldes sunitas à mesa das negociações, afastando-os da Al-Qaida.
“Poderá haver ocasiões similares no Afeganistão e na região paquistanesa”, disse Obama.
Ressalvou, no entanto, que esta potencial aproximação poderia não ter os mesmos resultados uma vez que a situação do Afeganistão é mais complicada que a do Iraque.
“É uma região mais desgovernada, com uma história de feroz independência entre as tribos”, indicou, acrescentando que há múltiplas tribos, que têm em diversas ocasiões objectivos distintos.
“Entender tudo isso é um desafio muito maior”, disse.
Questionado sobre se os Estados Unidos estão a ganhar a guerra no Afeganistão, Obama, que no mês passado enviou mais 17 mil soldados para o Afeganistão, limitou-se a responder “não”.
A estratégia no Iraque foi concebida pelo general David Petraeus, então comandante das forças americanas no país.
“Se falarem com o general Petraeus, penso que dirá que uma parte do sucesso no Iraque implicou estender a mão a pessoas que consideramos fundamentalistas islâmicos, mas que estavam dispostos a trabalhar connosco por estarem completamente alheados das tácticas da Al-Qaida no Iraque”, considerou.
Para o presidente norte-americano as condições no Afeganistão têm-se degradado nos últimos anos e os talibans “estão mais temerários que nunca”.
“O Governo nacional (do Afeganistão) ainda não ganhou a confiança da população”, prosseguiu Barack Obama.