Tal como esperado, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira uma descida nas taxas de juro de 25 pontos base, o que provoca uma queda na taxa dos depósitos para 3,5% (era de 4,25%). Este é já o segundo corte anunciado pelo BCE este ano – com a primeira redução das taxas diretoras realizada em junho – depois de um intenso ciclo de subidas desde julho de 2022, para controlar a inflação.
A estabilização dos preços e a estagnação das economias na Zona Euro levaram o conselho do Banco Central Europeu a fixar a taxa. “Tendo em conta a avaliação atualizada realizada pelo Conselho do BCE quanto às perspetivas de inflação, à dinâmica da inflação subjacente e à força da transmissão da política monetária, é agora apropriado dar mais um passo no sentido de moderar o grau de restritividade da política monetária”, lê-se num comunicado do BCE.
A redução dos juros tem sobretudo impacto nas taxas Euribor, que afetam as famílias com crédito à habitação.
Em declarações, Christine Lagarde mostrou-se positiva face ao controlo da inflação, contudo, a presidente do BCE realçou que “os riscos para o crescimento da Zona Euro estão enviesados para o lado negativo”, explicou.
“O crescimento dos custos unitários do trabalho continuará a diminuir”, referiu. No entanto, a presidente acrescentou ainda que “o crescimento dos salários negociados permanecerá elevado e volátil durante o resto de 2024”.
Lagarde destacou ainda a importância das políticas nacionais, reforçando que “as políticas orçamentais e estruturais devem visar o aumento da produtividade”.
Realizam-se, até ao final do ano, mais duas reuniões dos governadores na sede do BCE. Segundo os especialistas é possível que ocorram novos cortes. “O Conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%. Para o efeito, manterá as taxas de juro diretoras suficientemente restritivas enquanto for necessário”, lê-se na nota.
A redução terá efeito a partir de 18 de setembro.