Antes de ordenar a invasão em larga escala da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, Vladimir Putin tinha incumbido os seus generais económicos de construírem uma fortaleza financeira que permitisse à Rússia sobreviver a eventuais sanções vindas do Ocidente. Mas, muito provavelmente, não contaria com penalizações tão duras como as impostas pela União Europeia, pelos EUA e pelo Reino Unido, que passaram pelo congelamento de ativos da autoridade monetária russa, a exclusão da maior parte dos bancos do país do sistema de pagamentos internacionais e punições para políticos e oligarcas russos. Na resposta, Moscovo apontou ao calcanhar de Aquiles da Europa, tentando vergar o Velho Continente com o fecho da torneira do gás. Dois anos depois, como aguentaram a Europa e a Rússia estes golpes na economia e no mercado energético?
Após um primeiro abalo profundo, a economia russa não capitulou. E isso tem levado a uma acesa discussão sobre a eficácia das sanções. Na última atualização para a economia mundial, feita no início deste ano, o Fundo Monetário Internacional melhorou as perspetivas para o crescimento da Rússia, após, no ano passado, o PIB ter tido um comportamento mais forte do que o previsto devido “ao aumento da despesa militar”. Foi uma das maiores revisões em alta entre os grandes blocos económicos, e a Rússia já recuperou dos estragos sofridos em 2022, quando viu o PIB cair 1,2%.
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