O modelo de cogestão do PNSSM teve início em 2020 e envolve os municípios de Arronches, Castelo de Vide, Portalegre e Marvão, em conjunto com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Em declarações à agência Lusa, o presidente em exercício do modelo de cogestão do parque, António Pita, também presidente da Câmara de Castelo de Vide, explicou que a maioria das verbas necessárias para materializar as ações previstas no plano é proveniente do Fundo Ambiental.
A proposta do plano, divulgada esta semana, integra tês eixos considerados “estratégicos”, segundo os promotores.
O primeiro é subordinado ao tema “Envolvimento, Participação e Comunicação”, projeto que pretende estruturar os diferentes produtos e serviços turísticos existentes no território, promover a marca Natural.PT (produtos e serviços locais alimentares e não alimentares), criar proximidade junto da população e envolver os atores locais, bem como comunicar e promover o território junto da população e o processo de cogestão.
“Sensibilização e Capacitação” é a designação do segundo eixo, que passa por promover o conhecimento dos valores do território e a gestão e o uso da água de forma correta e ações de sensibilização para as alterações climáticas, entre outras.
Por último, o terceiro eixo, e da “Promoção e Sustentabilidade do Território”, implica reabilitar e reforçar a oferta de percursos pedestres, ampliar a rede de oferta a percursos cicláveis, criar rotas temáticas, promover acessibilidades em bom estado de conservação para visitação dos locais de interesse.
Monitorizar, reabilitar e implementar a sinalização informativa e direcional, assim como de estruturas de apoio à visitação mais acessíveis e inclusivas, e valorizar locais de interesse patrimonial, histórico e cultural, são outras medidas.
Também a implementação de um projeto subordinado ao tema “Quinta do Parque”, a promoção e monitorização de visitantes, implementação de portas de entrada no território e do Plano de Gestão da Zona Especial de Conservação de Marvão estão integrados no terceiro eixo.
“Ainda há uma grande percentagem da população (que reside no PNSSM) que não se revê no modelo da existência de uma área protegida”, reconheceu o autarca.
Um parque natural implica “condicionantes à ocupação e à vivencia na paisagem e aquilo que tem de ser salvaguardado para o futuro são todos os valores ambientais, naturais, toda a riqueza da biodiversidade”, frisou.
António Pita defendeu que o PNSSM tem de ter, “obrigatoriamente”, uma carta de condicionantes no sentido de preservar todos os valores para as gerações seguintes.
“Isto tem de ser bem explicado à população, porque, enquanto a população não perceber isto, obviamente que se sente revoltada” em comparação com quem vive fora de áreas protegidas.
O autarca acrescentou ainda que o facto de uma pessoa viver numa área protegida “traz qualidade de vida e bem-estar”, com os habitantes a beneficiarem de um “melhor ambiente” e um “ar mais saudável”.
Além de destacar estas ações relacionadas com a população, integradas no plano de cogestão, António Pita realçou as iniciativas de educação ambiental nas escolas.
Em termos económicos, o autarca sustentou que os recursos naturais do PNSSM devem ser sejam “um ativo” que venha a “gerar riqueza”, através de um produto turístico, sem esquecer a preservação dos recursos naturais e ambientais da região.
HYT // RRL