Interpelado por um jornalista andorrenho a propósito da assinatura de um tratado bilateral entre o principado e a União Europeia e se o Estado português tenciona apoiar esta pretensão de Andorra, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu “claro”.
“É fundamental para a União Europeia (UE) [a assinatura desse tratado], é fundamental para Portugal, é fundamental para Andorra e é fundamental para as relações bilaterais entre Portugal e Andorra”, completou o chefe de Estado português, à margem de um encontro com portugueses residentes no principado, por ocasião das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Andorra, que é casa de mais de 9.000 portugueses — a terceira maior comunidade representando mais de 10% da população total — “ganha em estar mais ligada à UE, e a União Europeia ganha em integrar mais, aproximar mais Andorra, que é europeia e tem um papel muito importante”, completou o chefe de Estado.
Poucas horas depois de ter regressado de Londres para uma visita ‘relâmpago’ ao principado, a terceira desde que assumiu o cargo há mais de seis anos, Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre o encontro entre o primeiro-ministro, António Costa, e o homólogo britânico, Boris Johnson, na próxima segunda-feira.
O chefe de Estado português disse que a visita de Costa a Londres tem como principal objetivo fomentar a “relação privilegiada” que Portugal tem com o Reino Unido, rejeitando eventuais contradições com os acordos pós-Brexit.
“Pura e simplesmente, naquelas áreas em que não há contradição, há coisas que podemos fazer de colaboração bilateral, que fazemos, aliás, com outros países por todo o mundo, por maioria de razão com um país que tem uma comunidade britânica muito forte no norte, uma comunidade britânica muito forte no sul, na Madeira, e que está a crescer em termos de investimento em Portugal”, argumentou, considerando que Portugal ganha com o fortalecimento destas relações já seculares.
Os primeiros-ministros do Reino Unido e de Portugal preparam-se para fechar na segunda-feira, em Londres, um acordo político global para regular as relações bilaterais luso-britânicas após a saída do Reino Unido da União Europeia.
“Está a ser preparado um acordo chapéu entre os dois países, com particular incidência nas áreas da Defesa, política externa, ciência, Ensino Superior e alterações climáticas, em especial os oceanos”, adiantou no domingo à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, no final de uma visita ao Royal Brompton Hospital, em Londres, em que acompanhou o Presidente da República.
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