“Estamos muito apostados em ser uma empresa de partilha de infraestrutura e se depender da Angola Telecom, a Africell não vai demorar a entrar no mercado, porque a nossa infraestrutura estará disponível do ponto de vista comercial”, afirmou hoje o presidente do conselho de administração da Angola Telecom, Adilson dos Santos.
Segundo o responsável, que respondia à Lusa durante uma conferência de imprensa, a abertura da Angola Telecom vai concorrer para que a nova operadora “não tenha necessidade de construir muitas vezes sites, torres e fibras”.
Por não ser oposto à entrada do novo operador, argumentou, a empresa pública de telecomunicações de Angola e a libanesa Africell têm já realizado “conversas regulares”.
“Já estamos com alguma conversa com a Africell, não será um problema para nós porque não somos antagónicos em relação a isso”, sublinhou Adilson dos Santos.
O responsável falava hoje em conferência de imprensa, em Luanda, sobre os desafios da empresa no capítulo das infraestruturas e investimentos.
A libanesa Africell Global venceu o concurso público para se tornar a quarta operadora de telecomunicações em Angola, conforme anunciou no princípio deste mês, em comunicado, o Governo angolano.
A empresa libanesa foi selecionada, em março, para apresentar uma proposta depois de ter sido a única empresa a formalizar uma candidatura ao concurso.
O Governo, através do grupo de trabalho interministerial, “considerando as observações levantadas pela comissão de avaliação no relatório de adjudicação”, informou que “a candidatura da empresa Africell Global Holding Ltd é a vencedora do concurso público para a atribuição do 4.º Título Global Unificado (TGU) para prestação de serviço público de comunicações eletrónicas”.
A fase de candidaturas decorreu entre 30 de setembro de 2019 e 22 de janeiro de 2020, na qual adquiriram peças do concurso três empresas (Africell, MTN da África do Sul e BAI Investimentos de Angola).
A fase subsequente, de apresentação de proposta técnica e financeira da única candidata, decorreu no período de 02 de março a 04 de maio de 2020.
“A comissão de avaliação concluiu que a proposta da Africell respondeu de modo satisfatório às exigências das peças do procedimento, assim como aos interesses do Estado angolano, prevendo-se que trará benefícios transversais a todos os setores económicos do país, bem como para a população de forma geral”, referiu o comunicado.
A nota acrescentou que a proposta também “será fator relevante de projeção internacional e de contínua captação de relevantes investimentos estrangeiros direto para Angola”.
Após a conclusão da negociação e provimento dos termos finais estabelecidos será concedida à Africell a licença TGU, para operar em território nacional e celebrará com o Instituto Angolano das Comunicações (Inacom) o respetivo contrato de concessão.
A Africell é uma operadora internacional, com 18 anos de atividade no setor das telecomunicações, disponibilizando serviços móveis, de Internet, televisão por subscrição e `mobile money`(dinheiro digital) a mais de 12 milhões de clientes.
Atualmente, Angola conta com três operadoras, com a Unitel a liderar o mercado, com cerca de 80%, à frente da Movicel, com cerca de 20%, e a Angola Telecom (empresa estatal em processo de privatização) com uma posição residual.
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