O consórcio Amorim/Vanguard vai investir mais de mil milhões de euros na Comporta, num prazo de 10 a 15 anos, segundo avançou à Lusa José Cardoso Botelho, ‘managing director’ da Vanguard Properties.
A assembleia-geral de participantes da Herdade da Comporta aprovou hoje a venda dos ativos da propriedade ao consórcio Amorim/Vanguard.
“Nos primeiros cinco anos temos um projeto de investimento na ordem dos 300 milhões de euros, mas o valor global ultrapassará em muito os mil milhões de euros”, adiantou o gestor à Lusa.
José Cardoso Botelho explicou que “um projeto como este nunca durará menos do que 10 a 15 anos, é uma área muito grande, tem que ser feito paulatinamente e adaptado às necessidades”.
O responsável pela área administrativa (‘managing director’) da Vangaurd Properties disse ainda que “nos primeiros três anos haverá hotéis e condomínios, emprego e riqueza para a região”, detalhando que, “em termos de construção, [o projeto] não empregará menos de mil pessoas, sendo o trabalho permanente, em cinco anos, de duas a três mil pessoas”.
Estes funcionários deverão ter direito a habitação com preços controlados, garantiu José Cardoso Botelho, salientando que as empresas vão avançar com negociações com as autoridades locais.
Para já, está a ser desenhado um hotel de “super luxo”, salientou o gestor, da marca JNcQUOI, de Paula Amorim, que integra este consórcio com a Vanguard.
“Haverá desenvolvimentos diferentes, mas, no geral, queremos um produto de grande qualidade”, disse o responsável.
Quanto aos próximos passos, José Cardoso Botelho referiu que há um conjunto de processos negociais a cumprir.
“Contratualmente, o que está previsto é que até ao dia 15 de março de 2019 todas as condições procedentes devem estar concluídas e a escritura até dia 04 de abril”, explicou.
O consórcio acredita, no entanto, que “durante o mês de fevereiro será possível ter tudo pronto, fazer a escritura e nessa altura avançar”, adiantou.
A construção deverá estar no terreno no primeiro semestre de 2019.
José Cardoso Botelho revelou ainda que 84% dos participantes na assembleia-geral de hoje aprovaram o projeto e confirmou que o Ministério Público e o Tribunal de Instrução Criminal emitiram a sua opinião “não se opondo ao negócio”, um dos trâmites essenciais para avançar com a venda.
Por sua vez, a empresária Paula Amorim referiu que “a aprovação pela assembleia-geral de participantes da venda dos ativos da Herdade da Comporta” a este consórcio “é um passo decisivo num longo processo” em que se envolveram “com empenho e sentido de responsabilidade”.
Em comunicado, Paula Amorim disse que o consórcio que integra “acredita no potencial da Comporta” e do país “enquanto destino residencial e de turismo de qualidade” e na “capacidade empreendedora para a desenvolver”, assim como num “modelo de desenvolvimento que garanta a sustentabilidade da região, crie emprego, traga mais abertura a outras pessoas e realidades, investimento de qualidade e qualifique os espaços públicos”.
Em 28 de outubro, a Gesfimo, entidade gestora da Herdade da Comporta, assinou um “contrato promessa de compra e venda” da propriedade com o consórcio Amorim/Vanguard.
A Herdade, do universo Grupo Espírito Santo, estava à venda há vários anos.