Muitas vezes faz-se um raciocínio mental quase intuitivo de que a produtividade, rendimento e até a prestação económica se relacionam com o número de horas que se trabalha. Mas, ao que parece, este raciocínio está errado. Pelo menos esta é a leitura que se retira dos dados mais recentes relativos ao ano de 2013.
Em média, nos países da zona euro, cada trabalhador cumpre, por semana, 36.6 horas. Em contrapartida, trabalhar na Grécia significa passar mais 5.4 horas, que a média geral, no local de trabalho. Uma realidade contraditória: trabalha-se muito, mas produz-se pouca riqueza já que a crise grega parece não ter fim desde que eclodiu em 2008.
Eslováquia, Chipre e Eslovénia ocupam os lugares seguintes na tabela, e não pelos melhores motivos. A seguir à Grécia, são os três países onde se regista o maior número de horas de trabalho semanais. Todos superiores quer à média dos países com a moeda única, quer à media da União Europeia (37.2)
Como se pode constatar, os países assolados por uma crise sem precedentes, com condições económicas fragilizadas são os mesmos que legislam condições laborais mais severas. Portugal ocupa o quinto lugar da tabela com 39.3 horas semanais, seguindo-se a Estónia, onde os trabalhadores passam 38.8 horas no local de trabalho.
Alemanha e Holanda ocupam as últimas duas posições do top 19. Por semana, os alemães e holandeses trabalham 35.3 e 30.0 horas semanais, respetivamente.
Média de horas de trabalho/semana em países da Zona Euro (2013)
-
Grécia: 42.0
-
Eslováquia: 40.7
-
Chipre: 39.8
-
Eslovénia: 39.6
-
Portugal: 39.3
-
Estónia: 38.8
-
Letónia: 38.8
-
Malta: 38.4
-
Lituânia: 38.1
-
Espanha: 38.0
-
França: 37.5
-
Bélgica: 37.2
-
Áustria: 37.2
-
Luxemburgo: 37.1
-
Itália: 36.9
-
Finlândia: 36.9
-
Irlanda: 35.4
-
Alemanha: 35.3
-
Holanda: 30.0
Zona Euro: 36.6
União Europeia: 37.2