Dirigindo-se ao deputado do PS Pedro Nuno Santos, e respondendo a uma pergunta sobre o aumento de capital de junho, Salgado replicou: “Considera ou não que havia uma enorme confiança no BES para [o aumento de capital] conseguir ter o sucesso que teve? Foi isso que se perdeu”, advogou.
“Não estou a dizer que se tenha perdido [a confiança] pelo facto de eu ter saído, embora as ações tivessem começado a cair exatamente na altura em que foi anunciada a minha saída”, sublinhou ainda.
Noutras audições parlamentares, figuras como Vítor Bento, que sucedeu a Salgado na liderança do BES, sublinharam que a queda das ações a 31 de julho, dia seguinte à apresentação dos resultados semestrais, foi “perfeitamente normal”, e só depois, a 1 de agosto, se dá um recuou maior do valor dos títulos.
Envolvimento nos submarinos foi um “erro de julgamento”
O antigo presidente executivo do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado reconheceu hoje que o envolvimento da ESCOM, pertencente ao Grupo Espírito Santo, na compra de submarinos foi um “erro de julgamento”.
“Evidentemente, hoje, visto à luz do que aconteceu, foi um erro de julgamento o GES ter entrado nessa operação para a qual eu também contribuí com a decisão de participação nessa operação”, declarou Ricardo Salgado, questionado sobre o envolvimento da ESCOM nos submarinos pela deputada do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua
GES pediu ao Governo empréstimo a 5 anos de 2,5 mil milhões
O antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, confirmou hoje no parlamento que solicitou um empréstimo estatal ao Governo de Passos Coelho, revelando que estavam em causa 2,5 mil milhões de euros a reembolsar em cinco anos.
O objetivo deste financiamento era evitar o colapso do Grupo Espírito Santo (GES) e, por arrasto, do BES, e não se tratava de “uma participação no capital” do grupo, salientou Salgado durante a sua audição na comissão de inquérito parlamentar ao caso BES.
Depois de ter tentado assegurar esta linha de financiamento junto da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que no parlamento tinha revelado a existência deste pedido, Salgado solicitou a um dos representantes do Crédit Agricole no BES para interceder junto da governante, puxando pelo exemplo da intervenção pública feita em França na construtora automóvel Peugeot.