“Não questiono a medida adotada. Acredito que o fizeram para a melhor proteção dos interesses em jogo. Mas não tomei parte nesta decisão, nem fui ouvido”, afirmou o gestor perante os deputados da comissão de inquérito parlamentar ao caso BES.
Vítor Bento diz que foi informado pelo supervisor bancário acerca desta intervenção pública no Banco Espírito Santo (BES) a 01 de agosto e que ele e a sua equipa foram convidados a continuar à frente do banco de transição resultante da decisão.
Vítor Bento aceitou convite “inesperado” de Salgado devido a apoio do BdP
O ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, explicou hoje aos deputados que recebeu com surpresa o convite de Ricardo Salgado para lhe suceder na liderança do BES, tendo aceitado devido ao apoio expresso do Banco de Portugal (BdP).
“A 30 de junho recebi o convite inesperado de Ricardo Salgado para presidir ao Banco Espírito Santo (BES). Tinha acabado de ser conhecido o grande sucesso do aumento de capital e o quadro que me foi descrito – e não estou a revelar nada que não seja público – foi que o banco tinha um problema de exposição ao Grupo Espírito Santo (GES), mas que estava contido”, afirmou o responsável na audição da comissão de inquérito parlamentar ao caso BES.
Bento sublinhou que contactou logo no dia seguinte o Banco de Portugal e que lhe foi garantido que os prejuízos estavam contidos dentro da ‘almofada’ de capital que o banco dispunha e que o problema em Angola estava a ser tratado pelas autoridades portuguesas e angolanas.