Se quiser comprar casa, efetue uma simulação nos sites dos principais bancos e obterá taxas de juro a rondar os 4%, nalguns casos até a ultrapassar os 6 por cento. Isso faz com que, nas contas finais, vá pagar ao banco mais do dobro do montante que pediu.
Os spreads “proibitivos” e a dificuldade de conseguir empréstimos bancários têm sido características desta crise, longe dos tempos do financiamento fácil. Mas já há sinais de mudança.
O banco Santander Totta, por exemplo, lançou uma campanha para clientes seus que tenham pedido um empréstimo à habitação. Se quiserem trocar de casa e necessitarem de financiamento, o banco acrescenta um ponto percentual ao spread que já têm na habitação antiga, até ao montante que ainda está em dívida. Por exemplo: precisa de 200 mil euros para comprar casa nova e pagar os 130 mil euros que ainda deve do empréstimo antigo, empréstimo esse que tinha um spread de 0,4 por cento. Até aos 130 mil euros, o banco acrescenta 1% ao seu spread, ou seja, fica com uma taxa de 1,4 por cento. Os restantes 70 mil euros vencerão um spread segundo a tabela em vigor, mas com uma bonificação de 0,25 pontos percentuais. Nas contas finais, a taxa global pode ficar-se pelos 2 por cento. Uma taxa alta, quando comparada com a que se praticava há uma década, mas, ainda assim, bem mais baixa que as praticadas agora.
O Banco Espírito Santo lançou um produto parecido. Neste caso, o spread a aplicar resultará de uma média ponderada entre o spread antigo e aquele que é oferecido atualmente pelo BES. O cliente poderá chegar a uma taxa mais baixa do que as atuais, pagando um mínimo de 2% de spread pela casa nova (ou 1,5%, se adquirir um imóvel ao próprio banco). Esta vantagem dirige-se a clientes que tenham um crédito no BES anterior a 2010 e cujo prazo de pagamento remanescente seja superior a dez anos.
Recuperação tímida
Já a Caixa Geral de Depósitos baixou o spread mínimo em 1 ponto percentual, passando, agora, esta taxa a variar entre 2,5% e 6,45%, dependendo do risco, da vinculação do cliente e da relação financiamento/garantia. Fonte oficial do banco do Estado refere que esta descida se deve “à diminuição do custo de funding [os custos que a CGD paga para se financiar] e da manutenção da Euribor em níveis historicamente baixos”. No primeiro trimestre deste ano, a Caixa concedeu mais crédito à habitação (aumento de 14% face ao período homólogo).