Ourives, cozinheiros, carpinteiros, mecatrónicos, sapateiros e canteiros, são alguns dos ofícios que vão estar a concurso no Campeonato Europeu das Profissões, em Lisboa. Organizado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e pelo European Skills Promotion Organization, o evento vai reunir 500 concorrentes oriundos de 26 países que vão competir para serem os melhores em 51 profissões. Mais do que receber um evento europeu, este é também um momento para promover e valorizar a formação profissional em Portugal.
A origem deste campeonato remonta a 1950, altura em que se chamava de Olimpíadas do Trabalho, contando apenas com dois concorrentes: Portugal e Espanha. Sessenta anos mais tarde o evento desenvolve-se à escala mundial e europeia, intitulando-se respectivamente de Worldskills e Euroskills, com provas em anos alternados. Lisboa vai acolher a final da competição europeia, onde irão estar os jovens seleccionados em provas e campeonatos realizados nos seus países. Com idades entre os 17 e os 25 anos, estes jovens encontram-se em formação ou estão já integrados na vida activa. A sua presença neste tipo de concurso serve para demonstrar a importância da qualificação profissional e das competências adquiridas.
“A organização deste evento é uma oportunidade para mostrar a formação que fazemos e também para cativar jovens para a formação profissional”, refere Francisco Madelino, presidente do conselho directivo do IEFP. Os ofícios a concurso vão estar distribuídos por seis grupos: artes criativas e moda; produção, engenharia e tecnologia; transportes e logística; tecnologias da informação e comunicação; construção civil e obras públicas e serviços pessoais e à comunidade. Ao longo dos quatro pavilhões da FIL e para além da proximidade aos desempenhos profissionais dos concorrentes, os visitantes terão a oportunidade de saber um pouco mais sobre as actividades presentes, conhecer as áreas de trabalho mais procuradas pelas empresas nacionais e explorar o ensino e formação profissional desenvolvidos noutros países europeus. É que mais do que apenas uma competição, este evento pretende estimular para a formação profissional e cativar os jovens para profissões que têm futuro.
Ao todo a organização espera vir a receber 50 mil visitantes, sendo que destes cerca de 30 mil serão jovens. Para além de visualizar o concurso – onde os participantes vão ser submetidos a situações reais de trabalho, tendo de realizar uma tarefa na especialidade -, os visitantes poderão verificar na prática o que faz, por exemplo, um sapateiro, no “Espaço Experimenta a Profissão”.
“É uma área para os mais pequenos, para captar jovens que vão poder brincar e testar para mais tarde poderem vir a escolher a sua profissão”, conta Francisco Madelino. Também o empresariado vai estar representado no evento. Segundo o presidente do IEFP, “as empresas vão mostrar as áreas em que recrutam para que quem nos visita tenha noção das suas necessidades e possa escolher a sua formação com base nessa informação”. Vai também existir uma zona onde as entidades europeias presentes divulgarão o que se faz nos seus países em termos de ensino e formação profissional.
Portugal já foi representado por centenas de jovens profissionais nestes campeonatos e obteve medalhas de ouro, prata, bronze e certificados de excelência. Os participantes são classificados por pontos e a partir de certo patamar técnico, são classificados de excelentes. Mais do que medalhas, Francisco Madelino ambiciona que os concorrentes portugueses atinjam a excelência, prova maior de que a formação obtida é também ela de excelente.