Faltam três meses e meio para o final do ano e o nosso país já atingiu o limite de endividamento previsto. Portugal está em dificuldades para cumprir o défice público previsto de 7,3 por cento e colocou esta semana no mercado mais 117,5 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro do que o desejado (750 milhões de euros), mas a procura por dívida portuguesa caiu e o preço exigido pelos investidores aumentou.
A um mês para a apresentação do Orçamento de Estado para 2011, a bolsa de valores de Lisboa está em queda e os mercados dão sinais de crescente nervosismo. A comprovar isso, os juros crescentes na emissão de dívida e a dificuldade de conseguir financiamento com o nosso país a recorrer ao banco Central Europeu.
O Presidente do ISEG, João Duque, afirmou que Portugal aumentou em 25 por cento o ritmo horário do crescimento da sua dívida em 2010. O economista referiu na TSF que o crescimento da dívida acelerou de 14200 milhões de euros entre Janeiro e Agosto de 2010 contra 11100 milhões registados no mesmo período de 2009.
O presidente do ISEG considera, por isso, provável que o Governo venha a ser obrigado a fazer um Orçamento Retificativo, tal como já aconteceu em 2009.
O deputado social-democrata Miguel Frasquilho considerou “extremamente preocupantes” os números relativos à dívida portuguesa hoje revelados.
“Quero acreditar que a dívida pública possa ficar em linha com aquilo que tinha sido previsto. Mas, mesmo que fique em linha, é um aumento extraordinário e insustentável”, acrescentou.
Para este parlamentar do PSD, “não podemos prosseguir neste caminho de endividamento e sempre que há dificuldades aumentamos os impostos o que só ajuda a liquidar a economia e não resolve nenhum problema nem de excesso de despesa nem de endividamento”.