GALERIAS DE FOTOS e CRÓNICAS:
- Portugal – Brasil
- A exibição de sonho frente à Coreia do Norte
- O empate com a Costa do Marfim
- O melhor de Cristiano Ronaldo
A Espanha venceu Portugal por 1-0 e qualificou-se para os quartos de final do Mundial 2010. Com um Cristiano Ronaldo completamente desinspirado e com Carlos Queiroz a falhar na guerra tática, Portugal ainda conseguiu mostrar alguns argumentos para seguir em frente, mas a qualidade da equipa espanhola acabou por falar mais alto.
Portugal volta a casa, depois de um Mundial em que cumpriu a missão de passar a fase inicial, acabou por conseguir uma vitória histórica frente à Coreia do Norte, mas acabou por não merecer continuar na competição.
Salvaram-se, neste jogo e em toda a presença portuguesa na África do Sul, sobretudo as excelentes prestações de Eduardo, Fábio Coentrão, Bruno Alves, Ricardo Caravlho, Raul Meireles, Hugo Almeida e Tiago, sem dúvida aqueles que menos mereciam regressar já a casa.
Entrar mal e equilibrar
Portugal entrou muito mal na partida, não conseguindo travar a investida de Espanha. Jogando preferencialmente pela esquerda, a seleção espanhola assustou logo nos primeiros minutos. Torres e Villa aproveitaram a passividade de Ricardo Costa para rematar cruzado. Valeu, nas três ocasiões, a atenção de Eduardo, que manteve a sua baliza inviolada com três grandes defesas.
Passado o susto inicial, Portugal conseguiu acalmar o ritmo de jogo, mas sem com isso o controlar. Tal como fizera contra o Brasil, a seleção nacional deu a iniciativa de jogo a Espanha e tentava sair em velocidade para o contra ataque. Mas só Fábio Coentrão parecia conseguir transpor a linha de meio campo com perigo. Aos 21 minutos, rompeu pelo centro do terreno e ofereceu o golo a Tiago, mas Iker Casillas fez uma grande defesa. Aos 28, nova iniciativa do lateral esquerdo do Benfica terminou com uma falta em zona frontal. Na conversão, Cristiano Ronaldo obrigou Casillas a nova boa intervenção.
Estes lances tiveram o condão de tranquilizar a equipa nacional e de colocar em sentido a seleção espanhola. Portugal conseguia, agora sim, controlar as operações e colocar em prática a sua estratégia. Que quase dava resultados no final do primeiro tempo. Aos 39, Simão e Raul Meireles construíram uma jogada de perigo, mas Hugo Almeida cabeçou ao lado. Aos 42, Iker casillas teve de sair da área para evitar um contra ataque perigoso de Simão. E, um minuto depois, Coentrão cruzou com conta peso e medida, mas Tiago cabeceou ao lado.
Perder a guerra tática
A segunda parte começou como acabou a primeira. A Espanha mais cautelosa com a velocidade de Portugal e a equipa portuguesa muito coesa a defender e sair bem para a contra ofensiva. Aos 52 e 57, Portugal criou perigo. Primeiro, numa arrancada de Hugo Almeida, que quase obrigava Puyol a fazer um auto-golo. Depois, foi Iker Casillas a tirar a bola da cabeça de Ronaldo, após cruzamento de Raul Meireles.
À passagem da hora de jogo, Carlos Queiroz tirou Hugo Almeida e colocou Danny. Del Bosque respondeu com a entrada de Llorente para o lugar de Torres. E, logo no minuto seguinte, se percebeu que o espanhol ganhara a batalha tática ao português. Portugal perdia a referência na frente de ataque, ao passo que a Espanha passava a ter um homem fixo entre os centrais, o que obrigava à maior atenção dos centrais de Portugal, que deixavam mais solto David Villa.
Depois de duas ameaças, aos 61 e 62, por Llorente e Villa, o golo de Espanha conseguiu chegar ao golo, aos 63, por intermédio de Villa, que fugiu nas costas de Ricardo Costa e Simão e bateu, à segunda, Eduardo, que ainda evitou um primeiro remate do novo reforço do Barcelona.
A partir de aqui, a Espanha passou a controlar completamente as operações, fazendo o seu jogo habitual de troca de bola segura e beneficiando da enorme qualidade dos seus executantes. Valeu a Portugal a excelente exibição de Eduardo, para evitar que Sérgio Ramos e Villa ampliassem a vantagem.
Carlos Queiroz tentou emendar a mão, fazendo entrar Pedro Mendes e Liedson para os lugares de Pepe e Simão. Portugal passava a jogar com dois homens na frente (Cristiano e o Levezinho), mas o problema é que não havia capacidade de a equipa levar a bola para o ataque. E, quando a equipa já jogava em desespero, tentando bombear bolas para a área contrária, Ricardo Costa foi expulso por suposta agressão a Capdevilla. E percebeu-se que Portugal ia mesmo voltar a casa mais cedo.