Numa nota oficial, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que em 2022 condecorou Costa Cabral com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
“Da sua obra, destacam-se os numerosos edifícios ligados ao ensino, de escolas primárias a universidades, em Lisboa, Sintra, Tomar, Covilhã ou Guimarães, bem como a habitação social, em colaboração com Teotónio Pereira e Nuno Portas”, lembra o chefe de Estado.
Marcelo assinala que Costa cabral, depois de concluir os estudos na ESBAL, “trabalhou no atelier de Nuno Teotónio Pereira, com quem projetou, na década de 1950, o Bloco das Águas Livres, edifício icónico da cidade de Lisboa, e exemplo de uma certa ideia de cidade aberta”.
“Os seus pares elogiavam-lhe a preocupação com a noção de cidade, não de unidade estanque, o que talvez explique que uma exposição comemorativa, em 2019, escolhesse como título a bela expressão «a ética das coisas»”, lembra.
Bartolomeu Costa Cabral morreu no sábado, aos 95 anos, em Lisboa.
Do seu percurso, destaca-se também uma relevante atividade sindical, ao ter sido membro da direção do Sindicato Nacional dos Arquitetos e da direção da secção portuguesa da União Internacional de Arquitetos.
Entre os principais trabalhos de Bartolomeu Costa Cabral, a Ordem lembrou ainda a Escola Primária do Castelo (Lisboa, 1960), a estação do metropolitano da Quinta das Conchas (1998-2002) e os blocos de habitação social dos Olivais (Lisboa, 1961, com Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas).
Bartolomeu Costa Cabral recebeu vários prémios ao longo da carreira, como o prémio Eugénio dos Santos, em 1997 (com Nuno Teotónio Pereira pela remodelação do Teatro Taborda, em Lisboa), o prémio de arquitetura Raul Lino, em 1978 (pela agência da CGD de Sintra), a menção honrosa do prémio Valmor, em 2009 (habitação individual na Travessa da Oliveira, em Lisboa), e foi distinguido como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2022).
JPS (JGO) // APN