Cresceu em Sesimbra e ainda hoje se sente um “sesimbrense”: “As famílias Zegre e Penim, estão muito enraizadas ali, são quase clãs”, diz. Mas nos seus 46 anos de vida, Pedro Zegre Penim disparou em direção a um mundo de fronteiras abertas. Sente que teve a sorte de chegar ao teatro num momento em que, em Portugal, por uma vez, o Governo lhe dava alguma atenção. O Teatro Praga, que fundou, nasceu nessa euforia criativa e produtiva de meados dos anos 90. A ideia era apontar para o futuro com entusiasmo e cortar com muito do que se fazia nas salas de teatro em Portugal. Mas Pedro Penim nunca imaginou que esse futuro pudesse passar pelo cargo que ocupa hoje, no Rossio, à frente do vetusto e imponente Teatro Nacional D. Maria II (TNDM). O que aconteceu para aqui chegar?
Qual foi o momento decisivo em que sentiu que a sua vida profissional ia passar pelo teatro? Era um sonho de infância?
Não era, não pensava vir parar ao teatro porque toda a minha infância e adolescência foi sempre muito virada para o desenho, era essa a minha expressão mais natural. Já tinha um pendor artístico, mas sempre nessa direção. Tanto na minha cabeça como na dos meus pais, era bastante claro que o meu futuro passaria por alguma coisa ligada ao desenho. Passava horas só a desenhar…