O poeta Herberto Helder, de 84 anos, morreu na segunda-feira na sua casa em Cascais, disse hoje à Lusa fonte familiar.
Herberto Helder Luís Bernardes de Oliveira nasceu a 23 de Novembro de 1930 no Funchal. A Morte sem Mestre foi o último livro do poeta, publicado pela Porto Editora em junho de 2014.
A cerimónia fúnebre realiza-se na quarta-feira e é reservada à família.
Reações
“Um poeta excecional pelo que teve de inovador” – José Carlos Vasconcelos
Herberto Helder, falecido na segunda-feira, em Cascais, foi “um grande poeta de Portugal e da língua portuguesa, um poeta excecional pelo que teve de inovador”, disse o jornalista José Carlos Vasconcelos.
O diretor do Jornal de Letras, Artes e Ideias, também escritor e poeta, justificou o caracter inovador de Herberto “ao ‘criar’ uma nova linguagem, que é verdadeiramente mágica e esplendorosa”.
O jornalista recordou o convívio que teve com o poeta, “especialmente no período após o 25 de Abril de 1974, numa tertúlia que se reunia no Café Tony dos Bifes, ao Saldanha, e que juntava ainda Carlos Oliveira, Augusto Abelaira e José Gomes Ferreira”.
Cavaco Silva recorda “nome cimeiro da cultura portuguesa”
O Presidente da República lembrou hoje o poeta Herberto Helder como “nome cimeiro da cultura portuguesa”, sublinhando a forma como a sua escrita marcou a literatura portuguesa das últimas décadas.
“Dotado de rara imaginação e sensibilidade, a sua obra sobressai pela originalidade, a coerência e o rasgo de génio com que se afirmou desde o primeiro livro e que sempre lhe foi reconhecido pelos seus leitores”, lê-se uma mensagem do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, enviada aos familiares do poeta, que morreu na segunda-feira aos 84 anos.
Na missiva, Cavaco Silva endereça ainda as suas sinceras condolências aos familiares e amigos do poeta.
Uma imensa perda para a cultura portuguesa – António Costa
O secretário-geral socialista, António Costa, e o PS manifestaram hoje “profundo pesar” pela morte do poeta Herberto Hélder, considerando trata-se de uma “imensa perda” para a cultura portuguesa e de um dos maiores poetas de sempre.
Herberto Hélder morreu na segunda-feira aos 84 anos na sua casa em Cascais e, segundo fonte familiar, haverá uma cerimónia fúnebre privada apenas para a família.
Numa nota enviada à agência Lusa, António Costa e o Partido Socialista “manifestam o seu profundo pesar pela imensa perda para a cultura portuguesa que representa a morte do poeta Herberto Hélder”.
Um mestre de linguagem sem paralelo – Nuno Júdice
O poeta Nuno Júdice afirmou hoje que Herberto Helder, falecido na segunda-feira, foi “um mestre” e um autor com uma linguagem sem paralelo, que descrevia as viagens ao seu mundo interior “de forma única”.
O poeta Herberto Helder, de 84 anos, morreu na segunda-feira na sua casa em Cascais, disse hoje à Lusa fonte familiar.
A mesma fonte adiantou que, na quarta-feira, haverá uma cerimónia privada apenas para a família e que não serão dadas mais informações sobre o funeral do poeta.
“Criador de uma obra única pela sua intensidade” – SPA
A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) afirma que Herberto Helder, falecido na segunda-feira, foi “criador de uma obra única pela sua intensidade, inovação formal e profundidade filosófica e linguística”.
Em comunicado hoje divulgado, a SPA, da qual o poeta era membro desde 1978, afirma que “o seu universo poético nunca ocultou a influência profunda de outras poéticas, nomeadamente antigas e de outras culturas e civilizações e de um património mítico e esotérico que nunca deixou de o fascinar”.
“A cooperativa manifesta o seu mais profundo pesar por esta perda que empobrece a cultura portuguesa e nos leva a desejar reler com a paixão de sempre a sua obra invulgar”, afirma a SPA no mesmo documento.
Poeta “deu novas línguas à língua portuguesa” – SEC
Herberto Helder, falecido na segunda-feira, em Cascais, “deu novas línguas à língua portuguesa”, afirma o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, na “nota pública de pesar” hoje divulgada.
“Herberto Helder é uma referência maior para a cultura portuguesa e para o seu lugar no mundo, e o seu contributo para a construção do Portugal contemporâneo um bem que a todos deu e do qual todos recebemos parte, enquanto Portugueses e falantes do Português”, lê-se no mesmo documento.
No comunicado, Jorge Barreto Xavier “expressa público pesar pelo falecimento de Herberto Helder”, aos 84 anos, e afirma que “ainda é cedo para nos apercebermos de forma inteira do modo como ele contribuiu para a renovação da linguagem poética e das formas da escrita e do pensamento contemporâneo, em torno da literatura e das vastas matérias por ele inscritas nas suas obras”.