Onde ficam as ‘fábricas da música’. Nova Iorque? Bristol? Manchester? Berlim? Ibiza? Paris? Tóquio? Seatle? New Orleans? Havana? E, porque não, Luanda? Diz-se que a música nasceu em África, pois talvez tenha chegado a altura de África reclamar, aos olhos do mundo, a sua maternidade. E os recentes filmes sobre a cena angolana mostram apenas a força e genuinidade do movimento. É que a pertinência musical em Luanda não é apenas uma questão teórica: a música vive-se com o corpo, como se não houvesse amanhã (é que por ali nunca se sabe…). No ano passado, o Doc apresentou dois documentários que ilustravam bem a força da cena musical angolana, agora é a vez de Inês Gonçalves e Kiluanje Liberdade se deixarem embeber pelo som e mostrar-nos um mundo fascinante onde a música reina. São os miúdos que fazem fila para gravar numa editora de vão de escada de sucesso. E os DJ que se tornam ídolos. Tudo isto em ondas de paixão, autenticidade e entrega. Através deste filme descobre-se uma Luanda musicalmente em estado puro, talvez como a América gostasse de voltar a ser. Os negros americanos estiveram na origem das mais importantes revoluções musicais da história da música pop. Só que este novo futuro é negro, cor de África.
O filme passará no Doc Lisboa no dia 17, às 23:00, no cinema Londres e no dia 18, às 19, na Culturgest