Reunidos em Bruxelas (Bélgica), os ministros dos 27, entre os quais José António Pinto Ribeiro, irão adoptar a recomendação elaborada, no final do ano passado, pelo painel de selecção europeu de avaliação das candidaturas, que confirmou o preenchimento de todos os requisitos por Guimarães e Maribor.
A candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura em 2012 foi lançada em 2006 pela então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.
Portugal e Eslovénia tinham direito a apontar as duas cidades para 2012, tendo a escolha portuguesa recaído, em Outubro de 2006, em Guimarães, classificada pela UNESCO Património da Humanidade, enquanto a Eslovénia elegeu Maribor, a segunda principal localidade do país depois da capital, Ljubljana.
A designação “Capital europeia da Cultura” foi aprovada pelo Conselho em 1985, com o objectivo de contribuir para a aproximação entre os povos europeus.
O Porto, juntamente com a cidade holandesa de Roterdão, foi em 2001 a Capital Europeia da Cultura, este ano “nas mãos” de Linz (Áustria) e Vilnius (Lituânia).
A transformação da antiga zona industrial de Couros em área de extensão universitária e a criação de uma Plataforma das Artes são dois dos projectos-âncora da candidatura, disse o presidente da câmara, o socialista António Magalhães.
“Mais do que obras de reabilitação, o nosso projecto assenta na ideia de transformar Guimarães numa cidade de inovação, ciência e conhecimento”, adiantou, frisando que dada a sua complexidade não poderá ser tudo feito de imediato.
O autarca adiantou que a candidatura engloba, ainda, a criação de uma Plataforma das Artes e Criatividade, uma espécie de centro artístico, que, entre outras funções, acolherá o espólio do escultor José de Guimarães, doado à cidade.
A Plataforma ainda não tem espaço definido, estando em estudo a possibilidade de ficar instalada no antigo mercado, que sofrera obras de reabilitação.
O Campurbis, que está orçado em cerca de 30 milhões de euros e deve estar concluído em 2012, será financiado por fundos comunitários e através de um protocolo com o Governo na área da formação profissional.
Envolve uma área urbana de dez hectares, classificada como de interesse patrimonial, devido ao seu valor arqueológico no domínio industrial, ligado ao sector dos curtumes.
Entre os projectos já calendarizados para o “Campurbis”, consta o de uma Bienal de Design e a instalação de um Instituto de Design Aplicado, que envolverá instituições de ensino e empresas.
Acrescentou que está já em construção um Centro de Ciência Viva, a sedear numa das antigas fábricas, e que, embora integrado na rede nacional, estará vocacionado para a área dos materiais e sua transformação em produtos de uso quotidiano.