Registaram-se hoje 687 infeções pelo novo coronavírus, o número mais alto desde 16 de abril. A região de Lisboa e Vale do Tejo voltou a ter a maioria dos novos casos (368 infeções, 54% do total), enquanto o Norte foi responsável por 226 casos, 32%, indicou a ministra da Saúde logo no início da conferência de imprensa habitual.
Marta Temido afirmou que a “situação exige cuidados redobrados de todos”, lembrando que ontem foram apresentadas novas medidas, aprovadas em Conselho de Ministros, que passarão a vigorar a partir de 15 de setembro, altura em que todo o País entrará em estado de Contingência.
Quanto ao regresso às aulas e à “retoma da atividade”, a ministra relembrou que estamos “num contexto pandémico”.
Questionada sobre a preocupação dos proprietários cafés, restaurantes e pastelarias, que passam a ter um limite de quatro pessoas por grupo caso estejam até 300 metros de uma escola, em controlar alguns ajuntamentos e que alguns alunos possam ir juntar-se em jardins, Marta Temido frisou que “este é um momento de responsabilidade individual e coletiva” e que “podemos contar com a comunidade civil para alertar os mais novos, a comunidade escolar, os encarregados de educação quando as regras não forem respeitadas”, não esquecendo de referir a existência do programa Escola Segura e a “intervenção” das forças de segurança”.
Quanto ao encerramento de escolas devido a infeções, a diretora geral da Saúde notou que fechar tem um efeito “muito grande na vida de muita gente”.
Graça Freitas afirmou que “a intenção de encerrar na totalidade uma escola seja uma exceção” que será feita através de “uma decisão colegial” que terá em conta vários critérios.
“É completamente diferente uma escola que esteja organizada por bolhas ou setores que não comunicam entre si, e portanto um caso suspeito dá origem a poucos casos secundários. Um caso numa escola, ou quatro, que vivam mais ou menos isolados, não tem o mesmo significado que três ou quatro casos que comuniquem muito com outras pessoas, que passem de sala para sala”, notou.
Admitiu que possa haver encerramentos, mas “só em situações muito extraordinárias”, com grande circulação de casos infetados dentro de uma escola e “com uma propagação comunitária intensa é que é de ponderar o encerramento da escola”.
Marta Temido foi lapidar na observação: “não vamos conseguir evitar o encerramento de uma turma ou uma escola”.